quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Pré-temporada 2014 - Jerez, Espanha

(Infelizmente, da sucursal em Samambaia-DF) - Como era de se esperar, deu tudo errado nas primeiras voltas dos testes de pré-temporada da F1, em Jerez, na Espanha.

Estes primeiros dias de carro na pista não são suficientes e não dão parâmetros para que alguém preveja nada para a temporada, servem somente para as equipes começarem a colocar as coisas no lugar e descobrir se nada explode nos carros.

Especialmente se consideramos fatores como os carros completamente novos, com todas as equipes começando do zero em motores, chassis, aerodinâmica, no novo KERS, que virou ERS. Para piorar, quase todos os times, com exceção de Force India e Marussia, trocaram pilotos da dupla titular, o que significa que esses “novatos” não participaram de grande parte do desenvolvimento do carro no ano passado.

Some tudo isso e temos um começo difícil de temporada.

Massa nas primeiras voltas no FW36.
Felipe Massa estreou bem hoje na Williams, pilotando o FW36. Conseguiu fazer alta quilometragem, com 47 voltas e marcou o segundo melhor tempo até agora em Jerez, com 1.23:700. Vamos ver no que dá, mas o começo da Williams foi interessante, com Bottas, companheiro de Massa, ocupando o terceiro lugar nos dois primeiros dias de testes.

Na Red Bull, o quadro é grave. Pelo terceiro dia consecutivo os campeões mundiais não conseguiram sequer marcar tempo. Daniel Ricciardo fez breve estreia, saindo dos boxes e parando metros depois. O RB10 somou pífias 14 voltas em três dias de testes, quadro desesperador para a equipe diante dos 136 giros da rival, Ferrari. O motor Renault é o vilão da história, mas o prejuízo destes dias sem testar com tanta novidade no carro vai ser trabalhoso de se recuperar e pode tirar a Red Bull do pódio nas primeiras provas.

Ricciardo teve começo pior que
 o de Vettel: rodou poucos metros com o RB10.
Feliz deve estar Kevin Magnussen. Estreou ao volante da McLaren e liderou o treino de hoje. Alonso, que começou hoje os trabalhos no F14 T, ficou a pé após 58 voltas. A Ferrari do espanhol abriu o bico, algo normal em pré-temporada.

Entre as outras equipes, nada de novo. O vai-e-vem de gente tentando fazer toda a parafernália funcionar. Deve ser uma delícia cobrir uma sessão dessas na pista, in-loco. Quem sabe um dia...

A Marussia apresentou hoje o MR03. 


Terça e quarta

Na terça-feira, a Ferrari conseguiu ser a melhor na pista, completando 31 voltas com Kimi Raikkonen ao volante da F14 T. Nas outras equipes, caos.

A McLaren não conseguiu nem tirar o carro da garagem. A Mercedes até saiu dos boxes, mas a asa dianteira do W05 quebrou e Lewis Hamilton parouna barreira de pneus, encerrando os trabalhos de pista da equipe alemã naquele dia.

Para as outras, voltas de instalação e mais dificuldades. O companheiro de Massa na Williams, Valtteri Bottas ficou na mão com um problema elétrico. A campeã mundial Red Bull deu três voltas com Vettel ao volante, mas recolheu o carro aos boxes, sem marcar tempo.

Force India, Toro Rosso e Sauber completaram algumas voltas, mas se deram por satisfeitas por conseguirem ao menos colocar os carros para andar.

Ontem, quarta-feira, o dia foi de chuva. Bom para as equipes que puderam testar os carros em um cenário importante.

Raikkonen rodou bem e completou 47 voltas com a nova Ferrari. A McLaren conseguiu tirar a MP4-29 do lugar e com Button ao volante deu 43 giros. Na Williams, 35 voltas de Bottas; na Force India, 37 giros na estreia de Sergio Pérez na equipe; e na Sauber o C33 pilotado por Gutiérrez cruzou a reta dos boxes 53 vezes.

Foi vez da Toro Rosso ficar presa nos boxes. Pobre do novato russo Daniil Kvyat, que perdeu preciosas voltas para ganhar experiência  na Formula 1. E Vettel, mais uma vez com problemas no motor Renault da Red Bull, deu frágeis 8 voltas e recolheu à oficina. Parece que por lá as coisas andam muito complicadas.

A surpresa do dia foi Nico Rosberg, que depois de grande esforço da equipe para recuperar o carro acidentado no dia anterior, deu 97 voltas.

E assim fica o quadro geral destes três dias de testes em Jerez, com os tempos agrupados:  

Posição/piloto/nacionalidade
Equipe
Tempo
Voltas
1 Kevin Magnussen - Dinamarca McLaren Mercedes
1:23.276
52
2 Felipe Massa -  Brasil Williams Mercedes
1:23.700
47
3 Lewis Hamilton - Inglaterra Mercedes
1:23.952
80
4 Jenson Button - Inglaterra
McLaren Mercedes
1:24.165
83
5 Kimi Raikkonen - Finlândia
Ferrari
1:24.812
78
6 Valtteri Bottas - Finlândia Williams Mercedes
1:25.344
42
7 Fernando Alonso - Espanha Ferrari
1:25.495
58
8 Nico Rosberg  - Alemanha Mercedes
1:25.588
97
9 Nico Hulkenberg - Alemanha Force India Mercedes
1:26.096
17
10 Sergio Perez - México Force India Mercedes
1:28.376
48
11 Jean-Éric Vergne - França Toro Rosso Renault
1:29.915
45
12 Adrian Sutil  - Alemanha Sauber Ferrari
1:30.161
34
13 Esteban Gutiérrez - México Sauber Ferrari
1:33.270
60
14 Marcus Ericsson - Suécia Caterham Renault
1:37.975
12
15 Sebastian Vettel - Alemanha Red Bull Racing Renault
1:38.320
11
16 Robin Frijns - Holanda Caterham Renault
*
10
17 Max Chilton - Inglaterra Marussia Ferrari
*
5
18 Daniel Ricciardo - Austrália Red Bull Racing Renault
*
3

*Piloto não completou voltas cronometradas, sem tempo marcado.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Feio (6) - exageraram na Caterham

Não vou comentar, só posso desejar sorte e saúde.

Caterham CT05 - fotos de James Moy, no circuito de Jerez, Espanha.



Que voltem os velhos tempos


Velhos posts clearwater revival
 
Nesta seção busco coisas antigas que já escrevi e as jogo aqui novamente. O texto abaixo publiquei em meu perfil no Facebook, em 17 de julho de 2013, por motivo da morte da piloto da motovelocidade, Vanessa Daya, no autódromo de Brasília.
 
Na época a reforma do autódromo já era muito falada, mas os problemas de sempre ainda estavam lá.

Li ontem que a obra foi adiada, fica para o ano que vem. Uma pena este novo adiamento, mas fico na esperança de estas obras aconteçam mesmo, com um projeto que dê espaço para motociclismo, automobilismo e também para o kartismo, fundamental na formação de atletas.

Continuo na torcida pelo nosso Autódromo Internacional Nelson Piquet.

Ingresso para o GP de Brasília
de Fórmula 1 de 1974: que voltem os bons tempos.

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Infelizmente, aconteceu.

Em dezembro de 2011, fiz uma longa matéria para a revista meiaum. Falei sobre nosso autódromo. 

Uma pista bela, técnica, respeitada pelo traçado, pela localização, pela atenção que o projeto deu ao público e por ter revelado tantos talentos do automobilismo para o mundo, mas que nas condições de hoje, é perigosa para quem corre de Turismo, temerosa para quem corre de Fórmula e absurda para quem corre em motos.

E infelizmente, hoje aconteceu. A piloto Vanessa Daya, um talento da motovelocidade, não suportou os ferimentos causados pela queda que sofreu no domingo, em etapa do Brasiliense de Motovelocidade e morreu.

As primeiras notícias que li ainda no domingo davam conta de que ela havia caído em uma vala. Depois, essa versão foi desmentida e passou a valer a de que ela foi atropelada pela própria moto. Não posso afirmar nada, não dá para dizer que as condições da pista mataram Vanessa. Mas a história mudou, a piloto teve ferimentos gravíssimos e morreu. Quando fiz a matéria, em 2011, vi bueiros destampados, zebras defeituosas, guard-rails com escoras quebradas e amarradas por arames, pneus soltos nas barreiras, áreas de escape desniveladas. Tudo isso corroborado por Felipe Maluhy e por Luciano Burti, pilotos da Stock Car com quem conversei na época.

Sei que nossa cidade precisa de muito em serviços básicos. Investir no autódromo é meio sem lógica quando não se tem transporte de qualidade, quando sou obrigado a deixar de vacinar meu filho em um posto de saúde e optar por pagar pelas vacinas por não confiar no serviço que o Estado me presta, mas permitir que as coisas continuem acontecendo da maneira como estão, não dá.

O automobilismo incentiva o desenvolvimento tecnológico. Uma cidade com cultura de esporte a motor incentiva a formação de profissionais da área de engenharia, TI, mecânica, elétrica e várias outras. Profissionais de alta qualificação, que incrementam o desenvolvimento de um país. Nosso autódromo não pode morrer. Precisa voltar a ser belo, imponente e, especialmente, um espaço que promova o desenvolvimento de Brasília.

Ficamos todos tristes. Boa sorte aos que correm ali. 

O PDF da edição da meiaum pode ser baixado clicando aqui. A matéria que na época foi capa, de título “Gigante desprestigiado” começa na página 28.

Nada feinhos (5) - agora sim, belos carros

(Da sucursal em Brasília-DF) - Dois belos carros lançados hoje, em Jerez, na Espanha. 

Finalmente, soluções de engenharia casadas com um design mais agradável. 

Começo pelo W05, da Mercedes. O alemães vão para a pista levando um projeto parecida com o adotado pela Ferrari na F14 T, mas com menor inclinação no corpo do nariz. Ficou realmente bonito. 

Bonita, mas ingrata.Esta bela asa dianteira teve algum problema nos teste de hoje em Jerez e causou um forte acidente envolvendo Lewis Hamilton. Está tudo bem com o piloto, mas o carro, já era. 

O W05 foi o único carro que foi realmente à pista hoje em Jerez,
porém a asa dianteira do Mercedes foi culpada pelo acidente de Hamilton

Ontem dei um pitaco errado sobre a Red Bull. Achei que seguiriam a lógica fálica do STR9, o carro da filial menor, a Toro Rosso. Ainda bem que errei.

A Reb Bull apresentou o RB10, com uma solução diferente de todas as outras equipes. O nariz lembra a quilha de um barco, com um formato discreto, suavizado pelo tom de preto da fibra de carbono. 

O resultado foi muito interessante e o carro ficou bonito.




Os tetracampeões da Red Bull exibiram hoje o RB10.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Feinhos (4) - só piorando

(Da sucursal em Bornéu - Indonésia) - Mais bizarrices nasais, agora com Ferrari, Sauber e Toro Rosso, que abriram a caixa da escrotidão e exibiram seus carros hoje e no fim de semana.

A Ferrari fugiu da lógica dos narizes pontudos e se inspirou no tobogã do parquinho infantil para construir a aerodinâmica dianteira do F14 T. De frente, é até bonito. De lado, escroto.

Aliás, o nome do carro foi escolhido em votação na internet (eu votei em F166 Turbo). Quando escrito sem espaço, vira F14T, ou FIAT, se preferirem.

A pintura preta na traseira da carenagem do FIAT da Ferrari deu
charme ao carro. Me recuso a falar novamente sobre o tobogã/bico.


Nas menores, a Toro Rosso também vai de narigão. Como a equipe é praticamente um laboratório para a campeã mundial Red Bull, é muito provável que na grande o bico tétrico se repita.

O fálico STR9, da Toro Rosso. Mais feio que bater em mãe.


A Sauber, que vem logo atrás da Lotus no meu ranking de cores mais bonitas do grid, até tentou disfarçar a feiura da dianteira nas fotos de divulgação usando o mesmo tom de cor no fundo das imagens, mas não teve jeito: está lá a proeminência.

O Sauber C33: mais uma homenagem
aos macacos-narigudos de Bornéu.


Amanhã começam os testes de pré-temporada, no circuito de Jerez, na Espanha. Lá o restante das equipes apresentará os carros da temporada.

Vão compor o show de horrores, certamente.

Assustador

(Da sucursal em Brasília-DF) - Se você ainda não viu, assista a porrada descomunal de Memo Gidley na traseira de Mateo Malucelli, nas 24h de Daytona, no sábado.

Gidley, pilotando um Corvette a mais de 190km/h, encheu a traseira da Ferrari de Malucelli, que com problemas, arrastava o carro em baixa velocidade pela pista.

A posição do sol e a disputa por posição que envolvia Gidley foram os principais motivos do acidente.

Apesar dos incontáveis dispositivos de segurança dos carros de corrida atuais, a violência do impacto foi tamanha que Malucelli sofreu uma concussão cerebral e Gidley sofreu fraturas na perna e no braço esquerdo. Os pilotos estão hospitalizados e conscientes.


sábado, 25 de janeiro de 2014

Sutilezas de Nelson Piquet

Nelson Piquet, em mais um momento inspirado neste vídeo. 


Sim, eu ri. 

A dica foi do Gabriel Jabur.








Um Belcar em Samambaia

Esse eu vi ontem pela manhã, perto de casa, em Samambaia. O lindo DKW-Vemag Belcar estava estacionado na porta de um comércio, com a escr...