domingo, 27 de julho de 2014

Hungria - Ricciardo vence, Hamilton sai de último para 3º e Massa acaba em 5º

Ricciardo venceu pela 2ª vez na carreira.
Foto: Laszlo Balogh
(Da sucursal em Samambaia-DF) - Na largada de hoje, no GP da Hungria, Massa sentiu os efeitos
negativos da pressão depois de abandonar duas corridas na primeira volta.

O brasileiro largou em 6º, teve oportunidade de lutar pelo 4º lugar, mas recuou e terminou a primeira volta em 8º. Más recordações povoaram a mente de Felipe, com certeza.

E, para deixar tudo mais tenso para Massa, a largada foi com pista molhada em Hungaroring.

Apesar do cenário negativo, a primeira volta foi tranquila. Aliás, teve uma exceção: Hamilton, que largou dos boxes por culpa do incêndio no carro na classificação, ontem, exagerou na vontade e rodou forte, quase batendo.

Mas, algumas voltas depois, no 8º giro, o inglês já estava ultrapassando Kimi Räikkönen, assumindo a 13ª posição.

Como é que esse cara faz isso?

É o tal do espírito de campeão.

Ericsson destruiu a Caterham em um forte acidente.
Foto: BBC/AP
Na volta 9, Matias Ericsson perdeu o controle da Caterham lutando para fugir da última posição e bateu muito forte, entrando de frente na barreira de pneus.

Uma cacetada assustadora. Ericsson demorou muito para sair do carro, denunciando a força da pancada.

O safety-car entrou na pista e, imediatamente, todos os carros foram para os pits.

Com a confusão nos boxes, Ricciardo, Button e Massa se deram bem, passando a ocupar as três primeiras posições.

Rosberg, que liderava até aquele momento, caiu para quarto e, para piorar a situação, a TV mostrava fumaça saindo da roda traseira esquerda da Mercedes.

Quando o safety-car voltaria aos boxes, Romain Grosjean cometeu um bela barbeirada e bateu tentando aquecer os pneus. Nessa, o carro de segurança ficou na pista até a volta 14.

Na relargada, Button que estava de pneus intermediários, pulou na frente de Ricciardo e Massa sustentou-se em 3º.

A alegria de Button durou só duas voltas. Na 15, Button foi obrigado a trocar os pneus para os de pista seca.

Massa, agora em segundo, fazia a melhor volta da corrida.

Na confusão, da 4º a 10º posições, os pilotos que antes eram líderes se engalfinhavam na tentativa de recuperarem-se. No meio dessa confusão, em 7º, Hamilton lutava com Vettel pelo 6º lugar.

Sim, meu broder, pelo 6º! O cara estava com sangue nos olhos. Rosberg, que havia largado na pole, era o 5º naquele momento, na volta 19.

Os líderes eram, na 19, Ricciardo, Massa e Alonso.

Pérez bateu forte na reta dos boxes. Foto: BBC/Getty Images
Por várias voltas, Vettel e Hamilton brigaram forte pelo 6º lugar. Briga linda, digna de campeões mundiais.

E, na volta 23, Pérez evoca o retorno do safety-car. Entrou forte na reta dos boxes, destracionou e bateu na reta. Dizem informantes no circuito que tem mecânico correndo até agora para fugir dos pedaços da Force India, que acertou em cheio o muro onde ficam as equipe.

A porrada foi feia, mas o mexicano saiu sozinho do carro. Péssimo presente de renovação de contrato para o Checo, como os mexicanos chamam o garoto.

Aproveitando a entrada do carro de segurança, alguns carros fizeram mais uma parada nos boxes. Ricciardo, Massa e Bottas foram alguns dos que pararam.

Ricciardo voltou de pneus macios. Bottas e Massa, de duros. Mudança de estratégia da Williams, que tentaria ali, ir até levar seus carros até o final com uma parada a menos nos boxes.

No giro 25, a classificação era Alonso, Roseberg, Vettel, Hamilton, Ricciardo, Massa...
...paradinha para dar uma olhada no Theo. Das voltas 25 até a 33, só deu Theo.

Quando voltei, já vi Vettel rodando na reta, no mesmo ponto que onde Pérez bateu forte. Sorte maior para o piloto da Red Bull, que só esbarrou no muro e conseguiu voltar para a corrida.

E Hamilton? Na volta 34 ele já era o segundo.

SIM, SEGUNDO! Fez uma corajosa ultrapassagem sobre Ricciardo e começou ali uma forte perseguição ao líder, Alonso.

Ele, que estava muito puto com a Mercedes, chegando a insinuar que a equipe estava, de alguma forma, favorecendo Rosberg, estava fazendo a parte dele com extrema competência. Se a Mercedes tem intenção de favorecer a Rosberg, Hamilton deixa claro que é tão rápido quanto o colega de time.

Com as paradas, Massa era 4º na volta 37.

Na 38, o engenheiro de Hamilton bradava no rádio:

“One more lap, one more lap!”

Hamilton, sentindo-se num bom momento, pediu para ficar mais duas voltas na pista.

Quem parou na volta 39 foi Alonso, que deixou a liderança e voltou em 5º.

Naquele momento o líder era Hamilton. De último, largando dos boxes, a líder em 40 voltas.
Theo dormiu na 55.

Na volta 40 o inglês parou nos boxes. Perdeu algum tempo com um erro na equipe e voltou em 5º.

Colocando o grid em ordem, Ricciardo liderava, seguido por Massa, Räikkönen (daonde ele veio?), Alonso, Hamilton, Rosberg, Bottas, Maldonado, Vettel e Vergne, fechando os 10 primeiros na volta 41.

Mais uma pausa minha. Theo resistia bravamente contra o sono, que tentava derrubá-lo já tinha mais de uma hora. Na volta 55, Theo dormiu.

Entre a 41 e a 55, fiquei ouvindo de longe a corrida. Massa parou, voltou na 6ª posição, logo atrás de Bottas.

Na 51, Rosberg começou a reclamar de Hamilton no rádio, pedindo que o inglês o deixasse passar. Hamilton não deixou e o clima dentro da Mercedes está cada vez mais tenso.

Vamos lá, volta 59. Uma fila, com Bottas em 4º, seguido de muito perto por Massa, Räikkönen e Rosberg, que fez mais uma parada e vinha voando baixo, estava colado na nuca de Räikkönen.

Na volta 60, Rosberg superou Räikkonen, na 61, Massa.

O alvo de Rosberg era Ricciardo, o 3º, que estava somente a 0s6 de distância do líder, Alonso. No meio desse sanduíche, Hamilton.

Faltando sete voltas para o fim, na 63, Alonso deixou claro que não tinha mais pneus. Perdeu o carro na curva 6, com jeito de quem não tem mais aderência.

Faltando 3 voltas para o fim, os 3 primeiros cabiam
na mesma fotografia. Foto: Lars Baron/Getty Images
Em 4º, Nico Rosberg tentava fazer um milagre. Na volta 65, tirou 2s7 de Ricciardo. Tinha cinco voltas para alcançar o pelotão do pódio.

Na 67, em uma manobra linda, Ricciardo botou por fora na curva 1, manteve-se lado a lado na 2 e, na 3, levou o segundo lugar de Hamilton. Começava ali a perseguir Alonso, o líder, que tinha que se sustentar ali por apenas três voltas para vencer.

Mas, na passagem seguinte pela reta dos boxes, Ricciardo ENGOLIU Alonso e tomou a ponta. Deixou para trás Alonso e Hamilton, para matarem-se pelo segundo posto.

Rosberg, que vinha em 4º, já apareceu na penúltima volta na mesma imagem na tela. Os dois pilotos da Mercedes se encontrariam na última volta, lutando pelo pódio.

Última volta, Alonso, Hamilton e Rosberg separados por 0s7. Na curva 3, Rosberg já tomou um chega pra lá de Hamilton, mas apesar da pressão, não conseguiu subir ao pódio.

Ricciardo levou, com Alonso em 2º, Hamilton em 3º, Rosberg em 4º, Massa em 5º, Räikkönen em 6º, Vettel em 7º com Bottas grudado em 8º.

Foi a segunda vitória de Ricciardo no ano, o único piloto que conseguiu impor-se diante aos resultados absolutos da Mercedes, revezando Rosberg e Hamilton no pódio.

Na luta pelo título de pilotos, Hamilton tirou três pontos da vantagem que Rosberg tinha. O alemão ainda é líder, com 202 pontos, contra 191 do colega inglês de Mercedes.

Massa marcou preciosos 10 pontos e foi a 40. Bottas ainda tem uma vantagem consistente sobre Felipe, com 95 pontos marcados, mas ainda há tempo para Massa recuperar-se nas próximas 8 etapas.

A Formula 1 tira férias de um mês e volta em 24 de agosto, em Spa-Francorchamps, na Bélgica.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

63 anos depois

(Da sucursal em Brasília-DF) - É assustadora a diferença.

No mesmo vídeo, um pitstop nas 500 Milhas de Indianápolis de 1950, no outro uma parada nos boxes da Ferrari, em 2013.

A evolução da tecnologia e a profissionalização dos times é gritante. Em 1950, a troca de duas rodas e pneus e o reabastecimento demoraram 1m16s.

Na parada da Ferrari, em exatos 3 segundos a equipe trocou os quatro pneus do carro de Fernando Alonso no GP da Austrália, em Melbourne.



Para deixar a disputa um pouco mais justa, procurei um vídeo de uma parada da F1 moderna, de quando o reabastecimento nas paradas acontecia. Kimi Räikkönen precisou de 8 segundos para parar, trocar os quatro pneus e reabastecer a Ferrari, na Malásia em 2008.




Para fechar, uma compilação muito bacana de paradas nos boxes de 1950 até 2014. Vale a pena assistir!



A dica foi do meu amigo jornalista e também blogueiro, Jorge Eduardo.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Alemanha - Massa fora na primeira volta e Rosberg ainda mais líder

(Da sucursal em Brasília-DF) - A manhã de domingo foi movimentada e acabei não assistindo toda a corrida em Hockenheim, na Alemanha . Vi flashes, mas pelo que deu para pegar, foi uma corridassa.

A largada eu vi, e puta merda, que diabos foi aquilo!? Muitos disseram que Felipe Massa não teve culpa, mas eu acho o contrário: Felipe fez a tangência da curva como se a McLaren de Magnussen não estivesse ali.

Massa culpou Magnussen pelo acidente, dizendo que o dinamarquês deveria ter freado, uma vez que estava atrás dele na tomada da curva.

Como não enxerguei essa vantagem de Massa, separei um quadro a quadro do choque.

No primeiro frame, fica fácil perceber que na tomada da curva Magnussen e Massa estavam lado a lado. Massa vinha da extrema esquerda da pista e tentou posicionar-se à frente da McLaren, que naquele momento tinha clara preferência em contornar a curva por dentro.


Na sequência, Massa manteve o trajeto e pressionou Magnussen contra a tangência da curva. Felipe não deixou espaço para a McLaren contornar, apesar de ter tido ainda naquele momento bastante pista à esquerda para evitar o toque.


Neste ponto, o óbvio aconteceu. Espremido na parte de dentro do traçado, Magnussen foi tocado por Massa. Para azar do brasileiro, o toque aconteceu roda com roda, na banda de rodagem. Massa foi catapultado e viu o mundo de cabeça para baixo.


Não me restam dúvidas de que Massa precipitou-se e de que não deixou espaço para Magnussen. Esperar que o piloto da McLaren freasse foi inocente por parte de Felipe. Magnussen vinha melhor posicionado e tinha clara preferência na tomada por dentro.

Senna fazia como Magnussen fez. Nunca abria a porta para ninguém e era conhecido por todos os pilotos do grid por ser tinhoso assim.

E nós, brasileiros, adorávamos essa postura de Senna na pista. Magnussen ontem foi tão sagaz quanto Senna era e Massa talvez não tenha acreditado que o jovem da McLaren fosse manter-se ali. 

O resultado do toque entre os dois carros foi a capotagem de Massa. A foto do acidente circulou mundo afora, com Massa assistindo as faíscas saindo de seu carro raspando a carenagem no asfalto.

Massa de cabeça para baixo. Foto: Euronews
A FIA optou por não indicar culpados pelo acidente e não puniu a nenhum dos dois pilotos. Ok, podem ter considerado como toque normal de corrida, mas ainda acredito que se Massa quisesse, teria evitado o choque. Abaixo, o vídeo da cacetada.



Para Felipe é a quarta prova sem chegar ao final, sendo que nas últimas duas a corrida acabou na primeira volta.

Acho que Massa está nervoso, tenso com a força que Valtteri Bottas, seu companheiro na Williams, está demonstrando. Bottas veio ganhando espaço aos poucos e, agora, é claramente o cara da equipe. Já é responsável por 91 dos 121 pontos somados pela Williams no Mundial de Construtores e subiu ao pódio nas últimas três provas, com um show de pilotagem na Inglaterra, quando partiu de 14º e chegou em 2º. 

O bom desempenho de Bottas fez ontem a Williams subir para o 3º lugar no Mundial de Construtores, deixando a Ferrari para trás. Sim, isso significa muita coisa, especialmente para uma equipe tradicional na F1, que viveu anos no ostracismo e que finalmente consegue voltar ao hall das grandes.

Ontem, no perfil de Massa no Instagram, o piloto publicou a foto acima recortada e soltou a frase:

"Não desejo isso que passei hoje à ninguém , mas não vou deixar a peteca cair nunca !! Vou levantar a cabeça e continuar fazendo o meu melhor , tudo vai voltar ao normal e os resultados irão aparecer, Deus sabe e quer isso !! Obrigado meu Deus por toda proteção sempre!"

Felipe agora precisa se acalmar, colocar a cabeça no lugar e tentar recuperar-se. Massa precisa de um bom fim de semana, um pódio, uma vitória, quem sabe, para reencontrar-se como o bom piloto que é, como aquele sujeito que brigou até a última volta em 2008 pelo título mundial contra Lewis Hamilton e contra até a própria equipe.

No mais, pelo que consegui ver da corrida, Nico Rosberg dominou com tranquilidade e venceu sem muitos problemas. Aumentou a distância de pontos no mundial de pilotos para 14, mas viu um Lewis Hamilton sagaz pelo título.

Hamilton largou em 15º, culpa de um disco de freio quebrado no começo da qualificação no sábado, mas recuperou-se e passou na bandeirada final em 3º, no pódio. Rosberg não pode vacilar, porque Hamilton está deixando muito claro que quer muito este título de 2014.

A próxima etapa da F1 acontece no domingo (27/7) que vem, na Hungria.

Com os resultados de ontem, o Mundial de Pilotos fica assim:

Posição
Piloto
Equipe
Pontos
1
Nico Rosberg
Mercedes
190
2
Lewis Hamilton
Mercedes
176
3
Daniel Ricciardo
Red Bull Racing-Renault
106
4
Fernando Alonso
Ferrari
97
5
Valtteri Bottas
Williams-Mercedes
91
6
Sebastian Vettel
Red Bull Racing-Renault
82
7
Nico Hulkenberg
Force India-Mercedes
69
8
Jenson Button
McLaren-Mercedes
59
9
Kevin Magnussen
McLaren-Mercedes
37
10
Felipe Massa
Williams-Mercedes
30
11
Sergio Perez
Force India-Mercedes
29
12
Kimi Räikkönen
Ferrari
19
13
Jean-Eric Vergne
STR-Renault
9
14
Romain Grosjean
Lotus-Renault
8
15
Daniil Kvyat
STR-Renault
6
16
Jules Bianchi
Marussia-Ferrari
2
17
Adrian Sutil
Sauber-Ferrari
0
18
Marcus Ericsson
Caterham-Renault
0
19
Pastor Maldonado
Lotus-Renault
0
20
Esteban Gutierrez
Sauber-Ferrari
0
21
Max Chilton
Marussia-Ferrari
0
22
Kamui Kobayashi
Caterham-Renault
0

E o Mundial de Construtores:

Posição
Equipe
Pontos
1
Mercedes
366
2
Red Bull Racing-Renault
188
3
Williams-Mercedes
121
4
Ferrari
116
5
Force India-Mercedes
98
6
McLaren-Mercedes
96
7
STR-Renault
15
8
Lotus-Renault
8
9
Marussia-Ferrari
2
10
Sauber-Ferrari
0
11
Caterham-Renault
0

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Agenda do fim de semana

Nico Rosberg homenageia o 4º título alemão
neste fim de semana. 
(Da sucursal em Brasília - DF) - Nico Rosberg, que acertou o bolão do vexatório 7x1 da seleção brasileira contra a a alemã, vai para a corrida em casa com o capacete em homenagem ao quarto título da Alemanha na Copa do Mundo.

Rosberg corre para manter-se líder do mundial, brigando contra um esfomeado Lewis Hamilton, que enxerga em 2014 uma chance imensa de ser campeão pela segunda vez.

Também tem Truck, Indy e Nascar. Abra umas latinhas de cerveja e aproveite o fim de semana.

Formula 1
Grande Prêmio da Alemanha - Circuito Hockenheimring - Hockenheim/Alemanha

Treino 3 -  sábado (19/7), 6h, com transmissão pelo SporTv
Treino classificatório - sábado (19/7), 9h*
Corrida - domingo (20/7), 9h, ao vivo pela Globo

*Tá uma zona essa classificação, mas pelo que entendi o SporTv transmite os Q1 e Q2 e a Globo entra ao vivo às 9h45 para o Q3.

Formula Truck
Etapa de Cascavel - Autódromo Internacional de Cascavel - Cascavel/Paraná

Treino livre - sábado (19/7), 8h45
Treino livre - sábado (19/7), 10h30
Treino classificatório - sábado (19/7), 13h15
Qualifying (10 mais rápidos da classificação) - sábado (19/7), 15h
Corrida - domingo (20/7), 13h15 - transmissão ao vivo pela Band

Formula Indy
Etapa do Canadá - Circuito de rua de Toronto - Canadá

Corrida 1 - sábado (19/7), 16h30, ao vivo no BandSports
Corrida 2 - domingo (20/7), 16h30, ao vivo no BandSports

Nascar Nationwide Series
Enjoyillinois.Com 300 - Chicagoland Speedway – Chicago/Illinois

Corrida - domingo (20/7), 21h30 - Fox Sports 2 transmite

Os absurdos de uma guerra

(Da sucursal em Brasília-DF) - No Leste Europeu, no Oriente Médio, nestas regiões do globo nunca conseguiu-se paz por muito tempo. Genocídios, ditadores sanguinários, intervenções estabanadas das potências mundiais, especialmente dos Estados Unidos, da União Soviética/Rússia, resultando em milhões de civis mortos e na perpetuação dos conflitos que parecem ser infinitos.

Ontem, mais um capítulo de toda essa desgraça aconteceu. Um avião civil foi abatido por um míssil e, até agora, a troca de acusações ruma para rebeldes ucranianos pró-Rússia como responsáveis.

Um líder do movimento separatista pró-Rússia postou em uma rede social que teriam abatido um Antonov AN-26 e que "estavam todos avisados que não deveriam voar no nosso espaço". A mensagem foi apagada assim que confirmou-se que o avião derrubado era civil, mas pode ser acessada aqui, em russo.

Segundo a agência russa de notícias Interfax, existe a hipótese do alvo ter sido, na verdade, o avião presidencial russo, que levava o presidente Vladimir Putin para casa depois do encontro dos BRICS, no Brasil.

Este vídeo, legendando em inglês, mostra o diálogo dos prováveis responsáveis pelo disparo do míssil. Os interlocutores transmitem a sensação de que o ocorrido ontem foi um erro de alvo, mostrando até certo desespero com a constatação de que o avião derrubado era civil.

Lá no final do post está a tradução da conversa para o português.




Antonov AN-26.
Foto: Military Today
Mas dá para errar?

Confundir um AN-26 com um 777 ou um 96-300 é praticamente impossível. Este Antonov é um turboélice militar e muito menor que os outros dois aviões.

Já entre os outros dois, a confusão é até possível. A Malaysia Airlines ostenta uma pintura muito parecida a do avião presidencial russo. O porte do Boeing 777 abatido também é o mesmo do Ilyushin Il-96-300 russo. A grande diferença entre os aviões são as quatro turbinas do Ilyushin, duas a mais que as do 777.

Em altitude de cruzeiro é difícil diferenciar as aeronaves a olho nu.

O Boeing 777 abatido ontem, na foto de Mir ZafriZ e o Ilyushin Il-96-300 fotografado por Dmitriy Pichugin

Mas, pensando com um pouco de razão, não consigo imaginar alguém atirando em um avião sem o apoio de algum equipamento ótico, como um binóculo, por exemplo, para garantir no que se está mirando.

Para exemplificar, observem esta foto abaixo, que fiz em 2010. É um Boeing 747, da Japan Airlines. Fiz a fotografia aqui em Brasília, com uma lente 200 milímetros, com a intenção de captar também a lua. Caso quisesse, teria utilizado ainda mais zoom e ido aos 300 mm, trazendo ainda mais detalhes do avião.

Foto que fiz em 2010, de um 747 da Japan Airlines sobre Brasília.

Com lentes assim, mesmo com aeronaves em cruzeiro, é possível identificar até o prefixo do avião, dependendo do ângulo da foto.

No caso de ontem, pode ser que o céu estivesse encoberto, atrapalhando a confirmação visual.

Toda essa história é estranha demais e vai tomando rumos tão obscuros quanto os do desaparecimento do outro avião da Malaysia, em março.

De toda a forma, por maior que seja o ódio por Putin, pela Rússia, pelo planeta, matar por qualquer causa é estúpido, nojento, repugnante, não importando se erraram o alvo.

Se tudo isso confirmar-se, assinaram 298 por engano na tentativa de matar outros tantos.



Transcrição do diálogo, em português:

Igor Bezler: Acabamos de abater um avião. Grupo Minera. Ele caiu depois de Yenakievo.

Vasili Geranin: Pilotos. Onde estão os pilotos?

IB: Saíram para procurar e fotografar o avião. Há fumaça.

VG: Quantos minutos atrás?

IB: Cerca de 30 minutos atrás.

A outra parte da conversa ocorreu aproximadamente 40 minutos mais tarde.

Major: Foram pessoas de Chernukhin que derrubaram o avião. Do posto de verificação de Chernukhin. Os cossacos que se baseiam em Chernukhino.

Grego: Sim, Major.

Major: O avião se desintegrou no ar. Na área de Petropavlovskaya. O primeiro “200″ (código para pessoa morta). Nós encontramos o primeiro “200″. Um civil.

Grego: Bem, o que você tem aí?

Major: Em suma, era 100 por cento um avião de passageiros (civil).

Grego: Muitas pessoas lá?

Major: Os escombros caíram direto sobre os quintais das casas.

Grego: Que tipo de aeronave?

Major: Eu não verifiquei isso. Eu não fui ao local principal. Estou examinando apenas o local onde os primeiros corpos caíram. Há restos de equipamentos, bancos e corpos.

Grego: Sobrou algo da arma?

Major: Absolutamente nada. Itens civis, material medicinal, toalhas, papel higiênico.

Grego: Existem documentos?

Major: Sim, de um estudante indonésio. De uma universidade em Thompson.

Em uma ligação final, incluída mais tarde na gravação, um rebelde fala com um comandante cossaco.

Rebelde: Em relação a este avião que foi derrubado na área de Snizhne-Torez. Ele era um avião de passageiros. Caiu perto de Grabovo. Um monte de corpos de mulheres e crianças. Agora os cossacos estão olhando tudo isso.

Rebelde: A TV disse que era um AN-26. Um avião de carga ucraniano. Mas está escrito Malaysia Airlines nele. O que estava fazendo em território da Ucrânia?

quinta-feira, 17 de julho de 2014

PuntaData - fiscalização de trânsito especial de Copa (3)

Agentes do DER-DF em fiscalização.
Foto: Mary Leal/Agência Brasília
(Da sucursal em Brasília-DF) - No último domingo acabou a Copa do Mundo e, com ela, mais uma fase da minha miniauditoria de trânsito, que eu explico aqui.

Durante o mês de Copa do Mundo, como era de se esperar, a quantidade de viaturas de policiamento de trânsito aumentou consideravelmente nas principais vias do DF. Ao menos nos trechos que percorro, foi fácil perceber que a maior fiscalização inibiu motoristas a cometerem infrações que atrapalham muito o fluxo, como ultrapassagens pelo acostamento e pelas ilhas.

Em comparação aos números do levantamento que fiz no começo do ano, a diferença nos dados coletados é assustadora. Entre 14 de janeiro e 7 de fevereiro, dirigi 628 quilômetros e anotei 324 carros trafegando pelo acostamento e apenas 19 viaturas de fiscalização de trânsito nas ruas. Considerando o período de Copa, foram 590 quilômetros percorridos, com 70 viaturas e duas blitzes nos percursos e apenas 24 veículos utilizando o acostamento para cortar os engarrafamentos.

Durante a Copa, os motoristas davam de testa com uma viatura a cada 8,42 km, contra uma a cada 33 km no período "normal", entre janeiro e fevereiro. Como consequência disso, anotei um veículo no acostamento a cada 1,9 km rodado no começo do ano e, nos dias de Copa, com tanta fiscalização nas vias, os espertinhos se amedrontaram e o número caiu para apenas um carro a cada 24,5 km!

Sim, a presença dos agentes e dos policiais de trânsito nas ruas surtiu efeito imediato, diminuindo em menos de 12 vezes o número de sacanas que se acham no direito de cortar o trânsito pelo acostamento.

Vou continuar minhas anotações e medirei como ficará essa fiscalização pós-Copa, mas já posso adiantar que percebi uma diminuição na quantidade de viaturas nas ruas. Essa diminuição é até natural, mas espero que não volte aos patamares antigos, quando era raro encontrar um agente de trânsito fiscalizando as vias nas horas de rush.

16 de junho

Trecho 9 - 18h29 - SIA/Samambaia - 20 km

EPVL (DF-087) - 0 viaturas - 4 veículos circulando pelo acostamento
EPTG - 1/DER-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento
Pistão Sul (DF-001) - 1/DER-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento

18 de junho

Trecho 10 - 7h02 - Samambaia/Guará - 17 km

Ligação Samambaia/QNL - 1/Detran-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento
Taguatinga Centro - 1/Detran-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento

Trecho 11 - 8h37 - Guará/Samambaia - 20 km

Avenida Elmo Serejo -  1/Detran-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento
Ligação Samambaia/QNL - 1/Detran-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento

Trecho 12 - 12h22 - SIA/Samambaia - 17 km

EPTG - Blitz/DER-DF + 2 viaturas em outros pontos - 0 veículos circulando pelo acostamento
Taguatinga Centro - 1/Detran-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento

Trecho 13 - 12h52- Samambaia/Asa Sul - 25 km

EPIA/EPNB - 0 veículos circulando pelo acostamento

Trecho 14 - 18h - SIA/Asa Sul/Samambaia - 34 km

EPTG - 3/DER-DF - 4 veículos circulando pelo acostamento

24 de junho

Trecho 15 - 8h16 - Samambaia/SIA - 17 km

Avenida Elmo Serejo - 2/Detran-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento
EPTG - 1/PMDF; 1/DER-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento

Trecho 16 - 18h37 - SIA/Samambaia - 17 km

EPTG - 1/DER-DF - 1 veículo circulando pelo acostamento

25 de junho 

Trecho 17 - 7h29 - Samambaia/SIA - 18 km

Ligação Samambaia/Taguatinga - 1/Detran-DF
Boca da Mata - 1/Detran-DF

Trecho 18 - 12h04 - SIA/Samambaia - 17 km

EPTG - 2/DER-DF

Trecho 19 - 18h32 - SIA/Samambaia - 20 km

EPVL (DF-087) - 4 veículos circulando pelo acostamento
EPTG - 2/DER-DF

2 de julho

Trecho 20 - 7h45 - Samambaia/SIA - 17 km

Taguatinga Centro - 1/Detran-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento
EPTG - 2/BPRV (PMDF); 1/DER-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento

Trecho 21 - 19h10 - SIA/Samambaia - 18 km

EPTG - 2/DER-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento

5 de julho

Trecho 22 - 8h - Samambaia/Asa Norte - 31 km

EPTG - 1/BPRV (PMDF) - 0 veículos circulando pelo acostamento

9 de julho

Trecho 23 - 8h20 - Samambaia/Asa Norte/SIA - 48 km

Pistão Sul (DF-001) - 1/DER-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento
EPTG -  4/BPRV (PMDF) - 0 veículos circulando pelo acostamento
Eixo Monumental - 1/PMDF- 0 veículos circulando pelo acostamento

Trecho 24 - 18h36 - SIA/Samambaia - 17 km

EPTG - 2/DER-DF - 4 veículos circulando pelo acostamento
Pistão Sul (DF-001) - 1/DER-DF; Blitz(PMDF) - 0 veículos circulando pelo acostamento

10 de julho

Trecho 25 - SIA/Asa Norte - 34 km

Boca da Mata - 1/Detran-DF - 0 veículos circulando pelo acostamento
EPNB - 1/DER-DF; 1/BPRV (PMDF) - 0 veículos circulando pelo acostamento

11 de julho

Trecho 26 - 7h55 - Samambaia/Guará/SIA - 22 km

Pistão Sul (DF-001) - 1/BPTRAN (PMDF)

Trecho 27 - 19h07 - SIA/Samambaia - 17 km

EPTG - 1/DER-DF
Avenida Elmo Serejo - 2/Detran-DF
Ligação Samambaia/Taguatinga - 1/Detran-DF

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Soma parcial - trechos 9 a 26
Distância percorrida - 426 km
Viaturas em fiscalização de trânsito - 42
Blitzes - 2 - DER-DF e PMDF
Veículos circulando pelo acostamento - 13

Soma total - trechos 1 a 27
Distância percorrida - 590 km
Viaturas em fiscalização de trânsito - 70
Veículos circulando pelo acostamento - 24

Tensão mundial

(Da sucursal em Brasília-DF) - Mais um Boeing 777 da Malaysia envolvido em um caso bizarro.

Desta vez, anônimos filmaram a queda do avião e rapidamente autoridades concluíram que a aeronave com 295 pessoas a bordo foi abatida.

Empresas aéreas estão evitando o espaço aéreo ucraniano neste momento, como revela a imagem que reproduzi do site flightradar24.com, sobre o qual eu falei neste post aqui.

Sobre a Ucrânia poucos aviões no ar, nenhum de empresas
ocidentais. Reprodução/FlightRadar24h
Sim, reproduzi. O site, que ficou offline durante algum tempo após a queda do voo MH17, não está permitindo copiar a tela com o botão print screen.

O último caso do tipo, quando morreu tanta gente em um voo abatido, foi em 1988, quando o cruzador USS Vincennes derrubou um Airbus A300, matando 290 civis no Golfo Pérsico. Os norte-americanos justificaram o abate do avião por tê-lo confundido com um caça militar iraniano.

Até hoje o caso encontra-se em análise pelo Tribunal Internacional de Haia.

Para complicar ainda mais o cenário mundial hoje, Israel está neste momento fazendo um ataque terrestre na Faixa de Gaza.

O mundo está uma loucura neste exato momento.

Um Belcar em Samambaia

Esse eu vi ontem pela manhã, perto de casa, em Samambaia. O lindo DKW-Vemag Belcar estava estacionado na porta de um comércio, com a escr...