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Senna, 20 anos sem o gênio (2)

(Da sucursal em Brasília - DF) - A dica foi do meu pai, que me mandou um SMS na noite de segunda-feira para me avisar que a TV Brasil estava reexibindo uma entrevista de Ayrton Senna, no programa Roda Viva, em 1986.

Naquele ano, Senna fazia sua segunda temporada na Formula 1. Já pilotava pela Lotus e, em 21 de abril, ganhava a primeira corrida dele na categoria, no Estoril, em Portugal. 

A mesa daquele Roda Viva era mediada por Rodolpho Gamberini e tinha sujeitos como Reginaldo Leme já na TV Globo; Marcelo Rezende, na época da revista Placar e o ótimo Claudio Carsughi, que era editor técnico da Quatro Rodas.

Tem de tudo na entrevista. Senna fala da carreira, de futuro, da vida pessoal. 

No começo da conversa, Senna é indagado por Gamberini que pergunta ao piloto sobre a fama que ele tinha de mal motorista enquanto dirigia nas cidade. Senna, visivelmente sem graça, dá uma declaração muito boa, que vale especialmente para os protótipos de pilotos que acham que são grandes motoristas porque costuram o trânsito em alta velocidade:

"Esse é um grande defeito. A gente por sempre estar guiando um automóvel acaba achando que sabe muito, e no fundo não sabe nada".

Se um piloto como Senna disse isso, é melhor nós, motoristas normais, baixarmos nossa bolinha ao volante.

Como dica aperte para acompanhar a conversa, aperte o play e deixe o bate-papo de quase duas horas rolando de fundo. 

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