segunda-feira, 19 de maio de 2014

Custa muito organizar essa zona? (2)

(Da sucursal em Brasília-DF) - Fecharam o cruzamento onde morreram mãe e filha em Águas Claras, no dia das mães, vítimas da irresponsabilidade de um alcoolizado ao volante.

Algumas análises depois do acidente  mostraram que o motorista do Honda Fit, onde estavam mãe e filha, cruzou a via erroneamente e assim foi atingido pelo carro do bêbado.

O problema é que naquele local existe um  festival de pontos cegos. O cruzamento fica no topo de um aclive e após o viaduto dos trilhos do metrô. Este conjunto atrapalha muito a visão de quem tenta atravessar a estrada.

Uma pequena desatenção, associada a um carro em velocidade totalmente desproporcional a permitida naquele ponto, foram os ingredientes para a tragédia.

Com a alteração no fluxo, quem precisa cruzar a via naquele trecho do Park Way, precisa dirigir alguns metros para retornar, ou ir até o balão de acesso a Águas Claras para fazer a volta.

E por que não fizeram isto antes?

Porque é necessário manter-se a lógica reativa da gestão pública brasileira. Os gestores só tomam atitudes quando tragédias acontecem.

Da mesma forma, estes gestores de trânsito no DF esperaram que inúmeros acidentes graves acontecessem para alterar o antigo retorno que cruzava a BR-040, vindo da DF-001. Aquilo era uma roleta russa, que me deixava de coração na goela sempre que era obrigado a passar por lá.

E, para fechar o post, mais uma atitude super bacana dos gestores de tráfego no DF: ontem fecharam avenida Elmo Serejo, que liga Taguatinga a Ceilândia e a Samambaia, por culpa das infinitas obras de recuperação da erosão que comeu meia pista em novembro do ano passado.

Sim, do ANO PASSADO. Para dar uma ideia de como as coisas no Brasil andam a passo de tartaruga, no Japão, um ano depois de um tsunami destruir cidades inteiras, grande parte da infraestrutura estava recuperada, como ilustram estas imagens aqui.

Continuando, fechar a avenida não é problema. É necessidade, na verdade, para que a obra ande um pouco mais rápido. E o dia escolhido foi de fato o melhor, um domingo, que tem fluxo muito menor de carro nas vias.

O problema no caso foi a falta de sinalização com avisos do fechamento de forma ostensiva, clara e com distância suficiente para evitar que motoristas caíssem no ponto onde os cones travavam a passagem.

Era simples: faixas, placas, luminosos ou qualquer artefato sinalizador com dizeres do tipo:

Motorista, a avenida Elmo Serejo está fechada em ambos os sentidos no trecho entre a Samdu e o viaduto da QNL. Utilize vias alternativas para acesso a Samambaia e a Ceilândia.

Pronto! Com uma faixa destas estampada na EPTG, eu não faria a burice de dirigir até o local onde a pista estava fechada para ali tomar uma decisão. Pela desinformação, perdi meia hora do meu precioso domingo por culpa de um engarrafamento desnecessário.

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