Pular para o conteúdo principal

Que voltem os velhos tempos


Velhos posts clearwater revival
 
Nesta seção busco coisas antigas que já escrevi e as jogo aqui novamente. O texto abaixo publiquei em meu perfil no Facebook, em 17 de julho de 2013, por motivo da morte da piloto da motovelocidade, Vanessa Daya, no autódromo de Brasília.
 
Na época a reforma do autódromo já era muito falada, mas os problemas de sempre ainda estavam lá.

Li ontem que a obra foi adiada, fica para o ano que vem. Uma pena este novo adiamento, mas fico na esperança de estas obras aconteçam mesmo, com um projeto que dê espaço para motociclismo, automobilismo e também para o kartismo, fundamental na formação de atletas.

Continuo na torcida pelo nosso Autódromo Internacional Nelson Piquet.

Ingresso para o GP de Brasília
de Fórmula 1 de 1974: que voltem os bons tempos.

---

Infelizmente, aconteceu.

Em dezembro de 2011, fiz uma longa matéria para a revista meiaum. Falei sobre nosso autódromo. 

Uma pista bela, técnica, respeitada pelo traçado, pela localização, pela atenção que o projeto deu ao público e por ter revelado tantos talentos do automobilismo para o mundo, mas que nas condições de hoje, é perigosa para quem corre de Turismo, temerosa para quem corre de Fórmula e absurda para quem corre em motos.

E infelizmente, hoje aconteceu. A piloto Vanessa Daya, um talento da motovelocidade, não suportou os ferimentos causados pela queda que sofreu no domingo, em etapa do Brasiliense de Motovelocidade e morreu.

As primeiras notícias que li ainda no domingo davam conta de que ela havia caído em uma vala. Depois, essa versão foi desmentida e passou a valer a de que ela foi atropelada pela própria moto. Não posso afirmar nada, não dá para dizer que as condições da pista mataram Vanessa. Mas a história mudou, a piloto teve ferimentos gravíssimos e morreu. Quando fiz a matéria, em 2011, vi bueiros destampados, zebras defeituosas, guard-rails com escoras quebradas e amarradas por arames, pneus soltos nas barreiras, áreas de escape desniveladas. Tudo isso corroborado por Felipe Maluhy e por Luciano Burti, pilotos da Stock Car com quem conversei na época.

Sei que nossa cidade precisa de muito em serviços básicos. Investir no autódromo é meio sem lógica quando não se tem transporte de qualidade, quando sou obrigado a deixar de vacinar meu filho em um posto de saúde e optar por pagar pelas vacinas por não confiar no serviço que o Estado me presta, mas permitir que as coisas continuem acontecendo da maneira como estão, não dá.

O automobilismo incentiva o desenvolvimento tecnológico. Uma cidade com cultura de esporte a motor incentiva a formação de profissionais da área de engenharia, TI, mecânica, elétrica e várias outras. Profissionais de alta qualificação, que incrementam o desenvolvimento de um país. Nosso autódromo não pode morrer. Precisa voltar a ser belo, imponente e, especialmente, um espaço que promova o desenvolvimento de Brasília.

Ficamos todos tristes. Boa sorte aos que correm ali. 

O PDF da edição da meiaum pode ser baixado clicando aqui. A matéria que na época foi capa, de título “Gigante desprestigiado” começa na página 28.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

De volta à Europa

(Da sucursal em Brasília-DF) – No domingo começa a temporada europeia da Formula 1, depois de uma sessão de quatro provas no oriente. A volta das corridas ao continente europeu trará duas grandes mudanças, com efeito já no GP da Espanha de domingo: -  melhoria da minha qualidade de vida. As largadas voltam a ser às 9h da manhã e eu deixo de ser obrigado a acordar no meio da madrugada de domingo para não ter de ver a corrida no compacto do Esporte Espetacular; - a logística da F1 se acerta. Como as equipes não precisam mais se deslocar para o outro lado do planeta, engenheiros e designers passam a ter mais tempo para desenvolver os carros. É no começo das provas na Europa que o campeonato acirra a disputa, com equipes aperfeiçoando os carros com mais eficiência e em menos tempo. Especula-se, por exemplo, que o novo chassi que a Red Bull usará na Espanha é fantástico, sensacional e fodástico. Porém, de tudo o que pode mudar a partir de domingo,

Um Belcar em Samambaia

Esse eu vi ontem pela manhã, perto de casa, em Samambaia. O lindo DKW-Vemag Belcar estava estacionado na porta de um comércio, com a escrita "vendo" chamando atenção no vidro. Não tive dúvidas: peguei o primeiro retorno e fui ver de perto um dos carros mais bonitos já fabricados no Brasil. Ele estava estacionado de costas para a rua, então só quando desci do carro pude ver que tratava-se de um modelo 1967, o único a trazer quatro faróis, diferente dos anteriores que tinham dois faróis. O 1967 além do design diferente dos anteriores, é especial por ser do último ano de produção do Belcar no Brasil. Perguntei para as pessoas por ali pelo dono do carro que me indicaram ser o proprietário da lanchonete quase em frente à vaga onde estava parado o Belcar. Lá não encontrei o dono do carro, mas o irmão dele, o Márcio. Segundo ele, o carro está com o motor original, funcionando bem, e com documentos em ordem. O Márcio ainda me disse que querem R$ 16 mil por ele.

Bela Williams

Como a negociação das cotas dos maiores patrocínios na Williams foram fechadas definitivamente no final de fevereiro, só agora a equipe inglesa apresentou as cores do FW36, que será pilotado por Valtteri Bottas e pelo brasileiro Felipe Massa. A Williams FW36, pilotada por Felipe Massa A grande novidade na pintura é a Martini, fabricante de bebidas. Como principal patrocinadora do time, ela dita as cores do carro que é predominantemente branco, com grafismos em azul e vermelho. O nome da equipe também mudou. Agora os ingleses assinam Williams Martini Racing.   E o carro ficou especialmente bonito. A cor branca conseguiu aliviar o desenho esquisito do bico e os traços em cor deixaram o conjunto muito elegante. É o mais belo do grid. Seguindo o layout do bólido, os macacões dos pilotos também são muito bacanas e relembram velhos tempos de um automobilismo romântico, dos anos 1970, 1980, quando a Martini estampava carros e vestimentas em diversas categorias mundo afora