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Vai com calma, novinho!

Se você não leu minha coluna na semana passada no Drive Brazil, vai o texto aqui, agora na íntegra.

(Da sucursal em Brasília-DF) - Na temporada atual da Formula 1 algumas disputas dentro das equipes ameaçam egos e currículos.

Pilotos jovens, tanto em idade quanto em experiência na F1, estão apertando os colegas mais velhos, causando certa tensão entre os veteranos.

Exemplos acontecem como o do australiano Daniel Ricciardo, que está fazendo boas provas pela RBR, andando muito próximo a Vettel.

Na Williams, Felipe Massa está tomando um aperto fenomenal de Valtteri Bottas. Massa já foi obrigado até a ouvir um “Felipe, Valtteri s faster than you” no GP da Malásia.

Na McLaren, Magnussen não está longe de Button.

Fiz uma listinha de alguns momentos constrangedores para veteranos que se depararam com novatos muito mais velozes do que o esperado.

1 – Martin Brundle x Michael Schumacher - Benetton, 1992


Schumacher fazia sua segunda temporada na Formula 1. Brundle, muito mais experiente, partia para o sétimo ano na categoria.

Era a chance de ouro de Martin Brundle. Entrou na Benetton na vaga de Nelson Piquet, que fizera sua última temporada em 1991. O carro era bom, Piquet tinha conseguido vencer e subir a alguns pódios no ano anterior e aquela era a grande chance de Brundle.

Mas, a garagem da Benetton tinha Schumacher no carro ao lado. O alemão, que era apenas um novato que tinha marcado pífios quatro pontos em 1991, dominou Brundle desde o começo da temporada.

Schumacher marcou 53 pontos e ficou em 3º lugar na temporada daquele ano. Brundle, sem muito o que fazer contra o futuro heptacampeão mundial, fechou a temporada em 6º, com 38 pontos marcados.

2 – Mark Webber x Sebastian Vettel - Red Bull Racing, 2009

Mark Webber já vinha de sete temporadas na Formula 1. Ô número chato, o mesmo tempo de categoria de quando Martin Brundle encontrou Schumacher pelo caminho.

Naquele fatídico 2009, a Red Bull resolve promover o prodígio Sebastian Vettel. O alemãozinho vinha fazendo os olhos de todos brilharem pilotando pela Toro Rosso, mas ainda assim chegou na RBR com status de jovem talento.

Pobre Webber.

Na primeira temporada pilotando uma Red Bull, Vettel foi vice-campeão, ganhou 4 corridas e instalou Webber na posição de segundo piloto da RBR. Mesmo vencendo na Alemanha e no Brasil, o veterano da casa conseguiu apenas ser 4º colocado no mundial de pilotos daquele ano e nunca mais enxergou a oportunidade de ser campeão mundial.

3 – Jarno Trulli x Fernando Alonso - Renault, 2003

Impressionante, mas o Trulli completava sete temporadas quando bateu de testa com Fernando Alonso na Renault, 11 anos atrás.

Trulli nunca tinha conseguido resultados importantes na F1, mas a Renault estava em plena evolução e prometia ser competitiva em médio prazo. Era só ele se acertar na equipe que em dois, três anos, teria a chance de tentar um campeonato mundial.

O problema é que a Renault resolveu contratar um jovem espanhol, piloto de testes da péssima Minardi. Alonso chegou à Renault com status de aprendiz, mas rapidamente mastigou Trulli.

Naquele ano, Alonso quebrou dois recordes: foi o piloto mais jovem a marcar uma pole position, no GP da Malásia; e o competidor mais novo a ganhar uma prova, vencendo o GP da Hungria. Em 2005 e 2006 Alonso conquistaria o bicampeonato mundial pela Renault. Trulli, por outro lado, continuou correndo por equipes pequenas e médias até se aposentar pela Lotus, em 2011.

4 – Fernando Alonso x Lewis Hamilton - McLaren, 2007

Em 2007 Alonso, já bicampeão mundial, sai da Renault e toma assento na McLaren. A parceria tinha tudo para ser muito vitoriosa. Era um grande carro com o melhor piloto da época ao volante.

O problema é que naquele ano um moleque também estreava na McLaren. Lewis Hamilton, um franzino inglês de 22 anos, começava carreira na F 1. Apesar de levar consigo o status de campeão da Formula 3 Europeia, Lewis era apenas um garoto que tinha muito o que aprender com a estrela, Fernando Alonso.

Hamilton e Alonso fizeram um campeonato dividindo décimos na pista. O espanhol bradava aos quatro ventos que o inglesinho tinha prioridade na equipe, e que por isso andava tão rápido.

No final das contas, Hamilton e Alonso ficaram empatados com quatro vitórias e 109 pontos conquistados para cada um no campeonato. O critério de desempate nesse caso é a quantidade de segundos lugares e, assim, Hamilton foi o vice-campeão de 2007 com Alonso em terceiro.

O clima ficou tão tenso na McLaren que Alonso voltou a pilotar pela Renault em 2008.

Comentem aí caso vocês se recordem de outros embates assim!

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