Pobres Paul e Ringo na Abbey Road brasiliense. |
(Da sucursal em Brasília - DF) - Atravessar ruas em Brasília já não é mais a mesma coisa. Na
semana passada, voltando a pé do almoço, ficou claro como as faixas de
pedestres já não têm o mesmo apelo de quando me mudei para cá, em 2002.
Naquela época me impressionei com a facilidade em se cruzar
a pé vias que, pelo trânsito intenso, seriam impossíveis de serem atravessadas
sem a compreensão de motoristas que respeitavam a faixa de pedestres. Em Belo
Horizonte, por exemplo, se eu ameaçasse usar uma faixa de pedestres da mesma
forma como fazia aqui, viraria patê no asfalto da Guajajaras.
Respeitavam. Não posso mais confiar.
Estiquei a mão e esperei. Passaram um, dois, três carros e
várias motos, ignorando o gesto. Aliás, os pilotos das motos, especialmente os
motoboys (identificados pelo colete), são os que menos fazem questão de dar
passagem aos pedestres.
Antes que a mão estendida gangrenasse, invadi a faixa. Aí
sim pararam, mas freando bruscamente, bem próximos a mim e exibindo caras de bunda.
O que fica disso? Faltam campanhas de educação ao motorista.
Se o Detran-DF, que tem um setor inteiro responsável por educar o condutor, não
voltar com urgência a veicular campanhas de educação para quem dirige, cada vez
teremos menos gente sensibilizada atrás dos volantes, dos guidons.
Verba não deve faltar. Volta e meia anunciam equipamentos
novos para rastrear veículos com débitos. Agora rebocam até carros estacionados!
Nada contra punir quem não paga os impostos e multas, acho corretíssimo, mas vejo muitos gastos em
fiscalização e não enxergo, em lugar algum, campanhas educativas.
P.S: Por favor, Detran-DF, se este post acender uma luz aí dentro e alguém resolver fazer alguma campanha, não pequem em repetir o mal gosto deste clássico, cheio de preconceitos e clichês contra mulheres ao volante.
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