quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Chove lá fora e aqui... tudo para

Hoje pela manhã, o prenúncio do caos.
(Da sucursal em Brasília-DF) - Quando acordei hoje cedo, a vista que tinha pela janela era esta da fotografia ao lado. 

Eram 6h06 da manhã e o sol se esforçava para tentar iluminar alguma coisa. Pelo contrário, a linha de transmissão de energia, que compõe a foto com o sol ao fundo, não demonstrava vontade alguma em energizar meu prédio.

Desde ontem, por volta das 21h30, estava sem eletricidade em casa. Minha mulher me disse que na madrugada a força tinha voltado, mas pela manhã, tomadas inoperantes.

E aí começa a saga da vida em um país em infraestrutura.

O banho da manhã foi com água aquecida no fogão e caneca. Iluminando o banheiro, a lanterna do celular.

Ao ir para o carro, outro desafio. Não sei o porquê, mas bebês tem o dom de levar consigo uma tonelada de coisas. Para facilitar o processo, já que fui obrigado a descer pelas escadas, fiz duas viagens. Na segunda, só o bebê conforto com o rapazinho.

Nestas horas, morar no primeiro andar é vantagem.

Tesourinha da 202 Norte. A situação se repetiu hoje.
Foto: Gabriel Jabur
Por sorte, hoje minha mulher se decidiu por não ir ao Plano Piloto usando o metrô. Na CBN, informavam que uma queda de energia na subestação de Furnas (a mesma da linha da foto lá em cima) parou todos os trens. Se ela tivesse seguido a rotina, estaria até agora caminhando pelos túneis da Asa Sul.

Ao estacionar o carro no destino, um recorde. Demorei 1h40 para sair de Samambaia e chegar ao Setor Bancário Norte. Nos piores dias de trânsito, nunca tinha perdido de mais de 1h para fazer o mesmo trajeto.

Pelo percurso, muito engarrafamento, alguns pontos de alagamento, um punhado de semáforos desligados e muito tempo jogado no lixo.

Um retrato da completa falta de infraestrutura que não sustenta mais a nossa cidade e muito menos ao Brasil, condição que vem sendo empurrada com a barriga por anos, de governo a governo.

Aeroporto de Boston, operando sob neve. 
Já em Brasília, Guarulhos, Santos Dumont, 
basta um balde d'água  para fecharem as pistas.  
Qualquer chuva mais forte trava cidades, paralisa grandes aeroportos. Em Brasília, as tesourinhas ficam prontas para qualquer etapa do mundial de canoagem. (Será que o PPCUB prevê este uso para as vias?)

Pela cacetada de impostos que pago todos os dias, não me conformo. Meu carro não deveria estar com as rodas amassadas por buracos. Não é correto que eu tome banho usando caneca. Ou que pessoas sejam obrigadas a caminhar no túnel do metrô.


Muita coisa anda fora da ordem.

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