Hoje pela manhã, o prenúncio do caos. |
Eram 6h06 da manhã e o sol se esforçava para tentar iluminar
alguma coisa. Pelo contrário, a linha de transmissão de energia, que compõe a
foto com o sol ao fundo, não demonstrava vontade alguma em energizar meu
prédio.
Desde ontem, por volta das 21h30, estava sem eletricidade em
casa. Minha mulher me disse que na madrugada a força tinha voltado, mas pela
manhã, tomadas inoperantes.
E aí começa a saga da vida em um país em infraestrutura.
O banho da manhã foi com água aquecida no fogão e caneca.
Iluminando o banheiro, a lanterna do celular.
Ao ir para o carro, outro desafio. Não sei o porquê, mas
bebês tem o dom de levar consigo uma tonelada de coisas. Para facilitar o
processo, já que fui obrigado a descer pelas escadas, fiz duas viagens. Na
segunda, só o bebê conforto com o rapazinho.
Nestas horas, morar no primeiro andar é vantagem.
Tesourinha da 202 Norte. A situação se repetiu hoje. Foto: Gabriel Jabur |
Ao estacionar o carro no destino, um recorde. Demorei 1h40
para sair de Samambaia e chegar ao Setor Bancário Norte. Nos piores dias de
trânsito, nunca tinha perdido de mais de 1h para fazer o mesmo trajeto.
Pelo percurso, muito engarrafamento, alguns pontos de
alagamento, um punhado de semáforos desligados e muito tempo jogado no lixo.
Um retrato da completa falta de infraestrutura que não
sustenta mais a nossa cidade e muito menos ao Brasil, condição que vem sendo
empurrada com a barriga por anos, de governo a governo.
Aeroporto de Boston, operando sob neve. Já em Brasília, Guarulhos, Santos Dumont, basta um balde d'água para fecharem as pistas. |
Pela cacetada de impostos que pago todos os dias, não me
conformo. Meu carro não deveria estar com as rodas amassadas por buracos. Não é
correto que eu tome banho usando caneca. Ou que pessoas sejam obrigadas a caminhar
no túnel do metrô.
Muita coisa anda fora da ordem.