domingo, 30 de março de 2014

Malásia - Corrida sem graça e Massa na berlinda

(Da sucursal em Samambaia - DF) – Chatinha. Foi assim a corrida de hoje, na Malásia.

Hamilton foi absoluto, com Rosberg em 2º e
Vettel  levando a Red Bull ao pódio em 3º. Foto: AFP
Para complicar a vida dos engenheiros, a prova toda aconteceu com tempo seco. Caíram uns pingos no fim da prova, mas não foram suficientes para molhar a pista. 

Ontem, durante a classificação, desabou um forte temporal que fechou o espaço aéreo sobre o autódromo de Sepang e atrasou o começo da qualificação. Na Formula 1 é assim: se não existe condições de decolagem do helicóptero médico, a sessão é paralisada por segurança.

Hoje, na corrida, foi tudo mais calmo. Calmo até demais.

Hamilton largou na pole position e como líder ficou até cruzar a linha de chegada. Não passou apertos, precisou só administrar o carro e torcer por não ser afetado por nenhuma pane ou quebra.

O companheiro de Hamilton na Mercedes, Nico Rosberg, chegou em segundo, superando a Sebastian Vettel, que largou na posição de número dois, mas que não conseguiu fazer frente ao grande fim de semana da Mercedes.

Se eu fosse Vettel, ficaria feliz com o terceiro degrau no pódio por dois motivos. Para começar, ficar com entre os três primeiros demonstra que a Red Bull está encontrando o acerto ideal para o carro. É uma evolução significativa se dermos uma olhada nas condições da equipe nos teste de pré-temporada. O segundo motivo está na vaga ao lado da de Vettel na garagem da Red Bull, a de Ricciardo. O azar que domina o começo de temporada do australiano é de dar pena.

Mecânicos empurram carro de Ricciardo
de volta para os boxes. Foto: Reuters
Começou com a desclassificação na Austrália por uma irregularidade no carro. Já hoje, Ricciardo passou por absurdos, que começaram na última parada dos boxes, quando a Red Bull errou e não prendeu corretamente a roda dianteira esquerda do carro do rapaz. Ele foi obrigado a parar antes de conseguir sair dos boxes. Ficou ali, esperando os mecânicos o resgatarem. Ao voltar à pista, a asa dianteira quebrou, um pneu furou. Quando voltou aos boxes para os reparos, foi obrigado a pagar uma punição de 5s parado, pelo motivo da equipe tê-lo permitido sair da troca de pneus de forma insegura. Na volta 49 Ricciardo abandonou, mas não sem levar uma punição de dez posições no grid de largada para a próxima etapa, no Bahrein, por culpa do show pastelão que a Red Bull fez no pit stop do australiano.

Sim, Vettel, sua vida está muito bacana.

De resto, está claro que a Mercedes é a equipe a ser batida. Tem os melhores carros e pilotos que estão tirando o melhor do equipamento. A Red Bull se encontrou e começa a ser competitiva. A Ferrari andou bem, especialmente com Alonso.

E a Williams, e Felipe Massa?

O carro inglês é bom mas é feito de açúcar. Em pista molhada é lento e isso fez Massa e Bottas largarem em 13º e 15º. Começar a prova tão no fundo do grid faz tudo mais difícil.

Na largada, Felipe conseguiu ganhar posições e fechou a primeira volta em 10º. Bottas fez uma largadassa e vinha logo atrás de Massa, quando foi alertado pela equipe a, naquele momento, não forçar a barra sobre o brasileiro.

Era começo de corrida e talvez fosse realmente bom tomar um pouco de cuidado. O problema é que os tempos de Massa eram piores que os de Bottas.

Depois da última parada nos boxes, eu vinha acompanhando os tempos no site oficial da F1.

Massa estava tentando uma perseguição a Button, mas o que me deixava mais alerta era o quanto Bottas estava mais rápido que Massa.

Era coisa de 0,5s por volta.

Com esse quadro claro de diferença de tempos, pelo rádio veio da equipe o recado para Massa de que Bottas vinha rápido. E de que não era para Felipe dificultar a ultrapassagem, muito menos para segurar ao finlandês.

Massa, puto, não cedeu. Segurou a Bottas até o fim e cruzou a linha de chegada em 7º, com o companheiro de equipe colado na traseira, em 8º.

Bottas em perseguição a Massa: clima tenso
na Williams. Foto: Reuters
Felipe mudou de postura em relação ao passado. Se impôs e não aceitou a ordem da equipe. Isso é muito bom e muda a forma de como ele é visto na F1. O porém fica para a situação que causou a ordem no rádio. Bottas esteve mais rápido que Massa nas duas situações quando estiveram próximos um do outro e tinha condições de superar Felipe.

Sei que é cedo para dizer que um piloto é mais eficiente dentro da mesma equipe, mas em um mundo em que 1 décimo é tempo demais, ficar à frente do colega de equipe faz muita diferença. 

E por isso a situação ficou tão tensa.

Acorde, Massa. Ou você se posiciona agora,com bons resultados, ou a situação pode ficar complicada para você dentro da Williams.

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