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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Rescaldo de Suzuka - Será que Bianchi tentou salvar os fiscais?

Atendimento a Bianchi. Foto: Getty Images
(Da sucursal em Brasília-DF)O Gabriel Jabur, parceiro do DriveBrazil, me mandou em meu celular um vídeo gravado do acidente gravíssimo que Jules Bianchi, piloto francês da Marussia, sofreu ontem no final do GP do Japão, em Suzuka. 

As imagens foram feitas por torcedor, que filmava o resgate do carro de Adrian Sutil.

Esperei um bucado antes de falar sobre este acidente. Quando algo de tão extraordinário e grave acontece, é melhor esperar a poeira baixar para não escrever bobagens.

O vídeo é assustador. O impacto foi perpendicular em relação ao guindaste, que dava ré para recolher a Sauber acidentada de Sutil. Bianchi acertou o trator com em alta velocidade, ao ponto de fazer o veículo de resgate saltar do chão.

Avance até 1m para assistir ao impacto. As imagens são fortes.


O carro de Bianchi passou por baixo do guindaste e andou alguns metros antes de parar por completo

Por sorte, os fiscais de prova perceberam a tempo o carro desgovernado e livraram-se dos cabos que seguravam para guiar o carro erguido de Sutil. A tragédia não foi maior por muito, muito pouco.

Desnorteados, os fiscais correm até o carro destruído de Bianchi e, ao perceberem a violência do acidente, demonstram desespero. 

Nas imagens é possível ver Adrian Sutil tentando avaliar a situação de Bianchi. O piloto olhou por cima da mureta e foi afastado por um dos fiscais.

O ângulo em que Bianchi entra na área de escape é intrigante. Como não é possível ver o que levou a perda do controle da Marussia, fica complicado entender porque Bianchi entrou tão forte e em linha reta. 

Ele pode ter aquaplanado, assim como Sutil? 

Sim, mas porque o carro não girou, como no acidente de segundos antes? Dei uma olhada nas trocas de pneus. Bianchi fez a terceira parada na volta 27 e ia para a 17ª volta do jogo de pneus, sendo que muitos pilotos estavam fazendo trocas com no máximo 15 voltas. Button, por exemplo, fez a terceira troca com 11 voltas de uso dos pneumáticos.

Uma hipótese é que talvez o fato dos pneus já estarem bastante ruins naquele momento, somado a quantidade de água naquele ponto da pista, tenham sido preponderantes para Bianchi ter passado direto, perpendicular à curva, sem esboçar tentar desviar do guindaste.

Com menos ênfase, mas também com possibilidades, fica a dúvida se não pode ter acontecido algo no carro de Bianchi que o tenha tirado o controle. Um estouro de pneu ou a quebra de algum componente de suspensão poderiam ser motivo para a repentina perda de controle.

Fato é que as condições da pista estavam ruins no momento do acidente. Cinco voltas antes do acidente de Bianchi, Felipe Massa já berrava no rádio pedindo o fim da prova por culpa do excesso de água no traçado.

Sobre a posição do guindaste, deixo claro que nada deve estar na pista além dos carros de corrida.
Se um guindaste, um avião, um helicóptero, uma galinha, um pônei precisarem entrar na pista, isto deve acontecer sob intervenção do safety-car. 

E, em uma condição como a de ontem, com a chuva forte que caía sobre Suzuka, qualquer movimentação na pista deve ser feita com muito cuidado e sempre levando-se em consideração todos os critérios de segurança.


Critérios que não foram observardos, quando é possível constatar algo de absurdo durante a remoção do carro de Sutil: bandeiras verdes eram agitadas pelos fiscais! Sim, o fiscal na torre, logo acima do acidente, agitava uma bandeira verde, informando aos pilotos que a condição de corrida estava estabelecida, mesmo com um guindaste em pista.

Isso demonstra a falta de comunicação entre direção de prova e fiscais de pista, uma vez que a telemetria indicava bandeira amarela naquele trecho.

Um festival de erros que ontem, por um lapso de sorte, não vitimou também os trabalhadores que ajudavam a içar o carro de Sutil. 

Ou, sabe lá Deus se Bianchi, ao ver aquelas pessoas expostas, não as poupou mantendo o carro em linha reta?

Ficam dali lições para serem analisadas e aprendidas.

domingo, 5 de outubro de 2014

Japão - Jules Bianchi bate em guindaste de resgate. Hamilton vence.

Imagem feita por torcedor, mostra atendimento a
Bianchi e correria de fiscais.
(Da sucursal em Samambaia-DF) – Uma quebra na lógica de meus posts de relato de corridas, por uma condição preocupante.

Na volta 43, Adrian Sutil perdeu o controle da Sauber e bateu forte quando a chuva resolveu recomeçar.

Em algum momento do atendimento a Sutil, Jules Bianchi, piloto da Marussia, saiu da pista e bateu na traseira do guindaste que içava o carro de Sutil.

Situação grave, clima de extrema tensão entre todos e corrida encerrada, em bandeira vermelha, com Jules sendo removido às pressas, inconsciente, para o hospital de Nagoya.

O mais triste de tudo isso é que, novamente, a Marussia passa pela mesma situação. Em 3 de julho de 2012, em testes de meio de temporada no aeroporto de Duxford, na Inglaterra, a piloto espanhola María de Villota colidiu um carro da equipe em um trator. 

María recuperou-se, apesar de ter perdido um dos olhos, porém, em 11 de outubro de 2013, María morreu por consequência do acidente.

Até agora, às 5h27 da manhã, nenhuma nova informação sobre Bianchi. 

Ficam as orações e os pensamentos positivos para que o talentoso Bianchi saia dessa.

Caso consiga novas informações, aviso aqui no blog.

Neste vídeo, dá para ver os fiscais acenando para uma situação atrás do trator. Segundo Adrian Sutil, que viu o acidente de perto, a rodada de Bianchi foi igual a dele, porém terminando com o impacto no guindaste.


Daqui para baixo, o relato da prova.

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Ontem, céu claro. 

Hoje, Phanfone fez tudo mudar.

O supertufão mexeu no tempo na região de Suzuka e, na hora da largada, um temporal lavava o circuito.

Com aquela condição, Charlie Whiting, diretor de prova, decidiu pela largada com bandeira amarela, com os carros seguindo o safety-car.

Sorte a minha, que só acordei às 3h08 e que acabei perdendo a largada.

Azar de Fernando Alonso, que viu o carro apagar e não pode participar da procissão de antes da bandeira verde.

Após sete voltas, Vettel já avisou no rádio que a pista tinha condições para a largada. Hamilton dizia o mesmo, considerando até a possibilidade da troca dos pneus dos de chuva pelos intermediários.

Na décima volta o carro madrinha recolheu e a corrida começou de fato. Na frente, Rosberg, Hamilton, Bottas e Massa fizeram uma largada limpa, tentando evitar riscos.

Com a melhoria das condições e com Jenson Button rodando muito bem com os intermediários, na volta 12 os boxes congestionaram para as trocas de pneus. Ricciardo e  Bottas, como estavam à frente de seus companheiros de equipe, foram priorizados e pararam primeiro.

Na volta 13, Massa e Vettel entraram. Voltaram grudados um no outro, com Felipe tomando um calorão do alemão.

A Mercedes usou estratégia diferente e segurou os carros na pista um pouco mais. Na 14 Rosberg veio aos boxes e na 15 foi a vez de Hamilton, que se não tivesse errado na volta em que estava liderando provavelmente teria conseguido manter-se líder.

Os dez primeiros na volta 16 eram Rosberg, Hamilton, Button, Bottas, Massa, Vettel Ricciardo, Hulkenberg, Räikkönen e Kvyat. Sim, Button, que optou por trocar os pneus pelos intermediários antes de todos mundo se deu bem e foi parar em terceiro.

Massa suportou a pressão das Red Bull até a volta 17, quando Vettel superou o brasileiro. Na 18, mesmo dificultando ao máximo a manobra, Massa não conseguiu manter-se à frente de Ricciardo.

Entre as voltas 19 e 21 quem parou fui eu para dar uma força para minha mulher com o Theo. Este tempo estranho pegou ele de jeito e o pequeno está febril.

De volta a corrida, na volta 22 os dez primeiros eram Rosberg, Hamilton, Button, Vettel, Ricciardo, Bottas, Massa, Hulkenberg, Räikkönen e Kvyat.

Pois é, a dupla da RBR engoliu também a Williams de Bottas e, naquele momento, eram os carros mais rápidos na pista. A diferença de desempenho das Red Bull era muito grande, com Vettel rodando 1,3s mais rápido que Rosberg na volta 23.

Hamilton, ciente do bom desempenho de Vettel, começou a apertar o pé para cima de Rosberg. Para o inglês, além de defender-se de Vettel, superar Rosberg significava manter-se como líder do campeonato.

Com a melhorias das condições da pista, a direção de prova liberou o uso da asa móvel na volta 25. Não havia cenário melhor para Hamilton, que a menos de 0,5s distante de Rosberg passou a ter plenas condições de superar o companheiro.

No rádio, Rosberg esbravejava reclamando das condições do carro, que depois da troca de pneus para os intermediários tornou-se arisco, saindo demais de traseira.

E mesmo errando no começo da volta 27, Hamilton já fez a 130R colado na traseira de Rosberg. O problema é que Hamilton não conseguia entrar na reta dos boxes perto o suficiente de Rosberg para ultrapassá-lo.

Nos boxes da Mercedes, todos de olho nos monitores, com certeza em pânico com a briga de seus dois pilotos que encerrou-se na volta 29, com Hamilton superando Rosberg por fora, na curva 1. 
Ultrapassagem de mestre, com pista molhada e por fora em uma curva.

Na 30, Sebastian Vettel veio aos boxes para mais uma troca de pneus. Lá na frente, Hamilton já abria 4,7s para Rosberg.

Depois de dar 22 giros com os pneus intermediários, Button parou para sua troca de pneus na volta 32 e, ao retornar, perdeu a 4ª posição para Vettel.

A RBR acertou a mão no acerto para chuva e executou muito bem a estratégia de prova. 

“Box, box, box”, chamou o rádio de Rosberg na 33, que acabou parando antes de Hamilton, que conseguiu tratar melhor dos pneus e só parou na volta 36.

Alheios a tudo isso, Bottas e Massa mantinham o ritmo mediano que as Williams permitiam, ocupando os 6º e 7º lugares.

“It´s raining at the pitlane!” avisou o engenheiro de Ricciardo pelo rádio, que veio aos boxes na volta 37, com pneus intermediários.

Na 38, os dez primeiros eram Hamilton, Rosberg, Vettel, Button, Ricciardo, Bottas, Massa, Hulkenberg, Kvyat e Perez. Ao fim da volta, Massa foi aos boxes. Voltou em 9º. 

Bottas veio para os pits na 39 e conseguiu voltar ainda com vantagem sobre Massa. 

A chuva começou a apertar e alguns pilotos começaram a sentir as mudanças na pista. Vettel e Magnussen foram alguns que passearam fora da pista com o aumento da quantidade de água no asfalto.

Com a chuva apertando, a direção de prova vetou o uso da asa móvel na volta 41. Ruim para Ricciardo, que brigava forte naquele momento contra Button pela 4ª posição.

O primeiro a colocar pneus de chuva extrema foi Magnussen, na volta 42. 

Na 43, Adrian Sutil perdeu o controle da Sauber e foi parar no muro. Button, percebendo a melhor performance dos pneus de chuva extrema, foi aos boxes e fez também sua troca. Voltou em 5º.

E aí, formou-se o salseiro.

Na 44, o carro de segurança voltou para a pista, seguido do carro médico para atendimento a Sutil. O nível de preocupação aumentou quando a ambulância entrou na pista.

BANDEIRA VERMELHA – VOLTA 46 – Jules Bianchi, piloto da Marussia, bateu em um guindaste que retirava o carro de Sutil da pista. Tensão nos boxes e carros recolhidos ao pit lane.

Apesar de não haver imagens, a telemetria mostrava o carro de Bianchi como fora da prova.

Na tela, o aviso de corrida encerrada, com vitória de Hamilton, com Rosberg em 2º e Ricciardo em 3º. Massa foi 7º, logo atrás de Bottas.

Clima estranho, pilotos tensos, Hamilton comemorando a vitória com um tchauzinho sem graça para a torcida.

No pódio, pilotos sérios demais. No centro médico, nervosismo.

Jules Bianchi deixou a pista inconsciente, de ambulância. O helicóptero não tinha condições de decolar.

A vitória de Hamilton manteve-o em 1º no mundial de pilotos, com Rosberg em 2º. A distância de pontos entre os dois agora é de 10 pontos.

O mundial de Formula 1 tem corrida no domingo próximo, dia 12. Será a estreia da Rússia como sede de um Grande Prêmio.


Um Belcar em Samambaia

Esse eu vi ontem pela manhã, perto de casa, em Samambaia. O lindo DKW-Vemag Belcar estava estacionado na porta de um comércio, com a escr...