sexta-feira, 30 de maio de 2014

Agenda do fim de semana

(Da sucursal em Brasília - DF) - Que tal dar um pulinho em Goiânia e assistir a Stock Car? O autódromo de lá foi reformado e volta ao cenário nacional do automobilismo.

Se quiser ficar em casa, separe cerveja gelada para a Nascar e para a Indy, que tem duas etapas no fim de semana. Não vou sugerir a cerveja para as outras categorias porque beber às 7h da manhã de domingo não é muito legal.

Stock Car volta ao autódromo
de Goiânia. Foto: Duda Bairros/Vicar
Stock Car Brasil
Autódromo Internacional de Goiânia - Goiânia/Goiás

Classificação - sábado (31/5), 16h ao vivo no SporTv
Corrida - domingo (1/6), 11h ao vivo no SporTv

Formula Indy
Etapa de Detroit - Belle Isle Park - Detroit/Michigan.

Corrida 1 - sábado (31/5), 16h30, ao vivo na Band
Corrida 2 - domingo (1/6),16h30, ao vivo no BandSports

Moto GP
Grande Prêmio da Itália - Autódromo Internacional de Mugello - Scarperia Firenze/Itália.

Classificação Moto GP - sábado (31/5), 09h10*
Corridas:
Moto GP - domingo (1/6), 9h*
Moto 2 - domingo (1/6), 7h20*
Moto 3 - domingo (1/6), 6h*

* O SporTv transmite ao vivo

Os belos carros do DTM correm
em Hungaroring no domingo
DTM 
Corrida da Hungria - Hungaroring - Budapeste/Hungria.

Corrida -  domingo (1/6), 8h30, ao vivo noBandSports

Nascar Sprint Cup Series
Fedex 400 Benefiting Autism Speaks - Dover International Speedway - Dover/Nova Jérsei.

Corrida - domingo (1/6), 13h55 ao vivo no FoxSports 2

Nascar Nationwide Series
Buckle Up 200 Presented by Click It or Ticket - Dover International Speedway - Dover/Nova Jérsei.

Corrida - domingo (1/6), 15h30 ao vivo no FoxSports 2

Nascar Camping World Truck Series 
Lucas Oil 200 - Dover International Speedway - Dover/Nova Jérsei.

Corrida -  sábado (31/5), 18h30 ao vivo no FoxSports 2

Colaborou Leonardo Simões.

O Tourist Trophy da Ilha de Man

Cena sem noção no Tourist Trophy da Ilha de Man. 
(Da sucursal em Brasília-DF) – No meio do Mar da Irlanda um pedaço de terra de 572 km²  é sede da corrida de motocicletas  mais insana do planeta.

O lugar é a Ilha de Man, parte de um arquipélago britânico a noroeste da Europa. A corrida é o Tourist Trophy da Ilha de Man, ou apenas TT de Man.

É uma das corridas mais antigas do mundo, acontece desde 1907 e fez parte do Mundial de Motovelocidade entre 1949 e 1976, quando os pilotos decidiram boicotar a prova por considerarem o traçado da prova inseguro demais.

Sim, em 1976, quando as exigências de segurança nos esportes a motor eram muito pequenas, o circuito Snaefell Mountain, da Ilha de Man, já era considerado perigoso.

Grave acidente de Michael Charnock
no TT de 2009. O piloto sobreviveu.
Até a prova do ano passado, já haviam morrido 254 pessoas durante a prova. Foram 248 pilotos, cinco fiscais de pista, e três espectadores.

Entendeu o tamanho da loucura?

E não ache que essas mortes aconteciam em um passado obscuro e já esquecido. No ano passado o piloto japonês Yoshinari Matsushita perdeu a vida. Em 2011 e em 2012, cinco pilotos morreram no traçado.

E o que faz esses sujeitos arriscarem as vidas assim?

O brasileiro Rafael Paschoalin. 
Imagino que seja mesma adrenalina que leva alguém a saltar de paraquedas, a pular de bungee jump ou a escalar até o cume do Monte Everest. Alíás, em tentativas de chegarem ao topo do Everest, 212 pessoas já perderam a vida. Menos gente que no TT de Man.

No ano passado o Brasil teve um piloto participando da prova. Foi Rafael Paschoalin, que competiu em três categorias, conseguindo completar a prova apenas em uma delas, na 49ª posição.

Para 2014, Paschoalin corre em Man nas mesmas três categorias do ano passado – Superbike, Senior e Superstock – em todas com uma Honda CBR 1000RR.

O TT de Man acontece nesta e na próxima semana, com provas durante de amanhã até a próxima sexta-feira:
Sim, existe uma categoria de sidecars no TT.

31 de maio – sábado: 
prova da Superbike e primeira prova da Sidecar

2 de junho – segunda-feira: 
abre da Supersport

3 de junho - terça-feira:
prova da Supersport

4 de junho – quarta-feira: 
2ª prova da Superstock e 2ª prova da Sidecar
abre da Zero Challenge

6 de junho – sexta-feira: 
provas da TT Lightweight e TT Senior

Assista a estes vídeos e entenda o drama que é o Tourist Trophy da Ilha de Man:



E uma volta completa, em câmera on-board e com som ambiente de Michael Dunlop no TT. Tenso:

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Indy 500 - Helio não levou por 0,06s

(Da sucursal em Brasília-DF) - Helio Castroneves, brasileiro piloto da Penske na Indy, não ganhou as 500 Milhas de Indianápolis de ontem por pífios 0,06s.

A foto abaixo diz tudo.

Helio cruzando a linha de chegada
da Indy 500 colado em Ryan Hunter-Reay
Uma pena.

A estratégia do brasileiro foi muito boa e o manteve entre os cinco primeiros durante toda a prova. No jogo final de trocas de posição, Hunter-Reay tomou a liderança na penúltima volta e conseguiu manter-se à frente até a bandeirada.

Tony Kanaan, que venceu a prova no ano passado, ficou sem combustível e perdeu 18 voltas parado nos boxes, enquanto os mecânicos da Ganassi tentavam fazer o carro funcionar novamente. Voltou à prova já sem condições de lutar pela vitória e terminou em 26º.

Nas arquibancadas do autódromo estava o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Reuniu-se com o presidente da Indy Car, Mark Miles, parece que para acertar detalhes da prova que está sendo programada para Brasília no ano que vem.

Existe uma previsão de que serão gastos R$ 150 milhões na reforma do autódromo Nelson Piquet. Como disse em minha coluna no Drive Brazil, em 25 de março, não acho que haja tempo para que todas as reformas sejam feitas para recebermos a corrida já no ano que vem.

Mas, se conseguirem, ótimo.

Fechando, foi estranho não ouvir Luciano do Valle narrando as 500 Milhas.

Fez falta.

domingo, 25 de maio de 2014

Mônaco - Rosberg e Hamilton = Senna e Prost?

Rosberg: vitória reconquista da liderança do
mundial de pilotos. (Foto:AP)
(Da sucursal em Samambaia - DF) - Rosberg, Hamilton e Mercedes. Não fogem daí os títulos mundiais de 2014.

E, apesar de todo o movimento acontecer dentro da mesma equipe, o campeonato pega fogo, com mais combustível e chamas do que no do ano passado, quando Sebastian Vettel dominou a temporada.

A rivalidade entre os titulares da Mercedes cresce prova a prova. Rosberg e Hamilton são dois pilotos rápidos, jovens e sagazes pelo título. Estes ingredientes estão tomando corpo na receita, que na classificação de sábado apresentou um dos pratos.

No Q3, última fase do treino classificatório, Rosberg marcou o tempo da pole position e, na volta seguinte, "errou" na Mirabeau, deixando o carro em posição perigosa. A parada do alemão obrigou a direção de prova a aplicar o aviso de bandeira amarela, fazendo Hamilton que estava em volta rápida tirar o pé.

O "erro" de Nico foi comparado a manobras suspeitas como a de Schumacher em 2006, também em
Mônaco, que parou o carro no meio da pista, forçando uma bandeira vermelha e tirando as chances de Fernando Alonso de superá-lo na disputa pela pole.

O clima na Mercedes está pesado ao ponto de comparações aos tempos de Senna e Prost na McLaren, quando os pilotos não se olhavam, não se falavam, e se matavam em pista.

Na batalha de hoje, Nico Rosberg se deu bem. Largar em primeiro em Mônaco quer dizer 90% de uma vitória. Rosberg largou bem, administrou com a posição e foi ajudado por um problema de Hamilton, que no final da prova estava com algo o incomodando em um dos olhos.

A Mercedes mantém-se absoluta em 2014. Os alemães venceram todas as corridas do ano.

Rosberg, com o resultado, retoma a liderança do campeonato com 122 pontos, apenas quatro a frente do colega de equipe, Hamilton.

No resto do grid, a Red Bull realmente evoluiu, apesar da quebra de motor de Vettel que o tirou da prova. Ricciardo pressionou Hamilton nas últimas voltas e tinha chances de superar o piloto da Mercedes se a corrida tivesse mais umas cinco voltas.

A Marussia, com Jules Bianchi, conseguiu marcar pontos pela primeira vez desde a estréia do time na F1 em 2010. É legal ver um time pequeno conseguindo colocar um carro entre os dez melhores.

E Massa?

O treino de ontem foi desanimador para Felipe. No Q2, foi vítima da barbeiragem de Marcus Ericsson, da Caterham. O sueco vinha em volta rápida e acertou o carro de Massa, que tomou a linha de fora do traçado abrindo espaço para os carros em volta rápida. Mesmo assim o jovem Marcus bateu em Massa.

Ericsson pediu desculpas e assumiu o erro da batida, mas o prejuízo já estava consumado para Massa, que não pode participar do Q3 e foi obrigado a largar em 16º. Partir de tão atrás em Mônaco é péssimo e normalmente significa mal resultado na corrida, uma vez que é mais fácil uma obra da Copa do Mundo respeitar orçamento do que um piloto fazer uma ultrapassagem em Mônaco.

Pelo menos desta vez Valtteri Bottas também largou mal, em 13º, tornando as coisas menos constrangedoras para Massa.

O quadro da corrida era ruim para Felipe, mas parece que hoje a sorte estava um pouco menos distante do brasileiro, finalmente.

Bandeiras amarelas, safety-car na pista, acidentes e alguns carros quebrando, incluindo o de Bottas, que ficou sem motor a 23 voltas do final. O resultado de Felipe só não foi melhor porque a estratégia de paradas nos boxes não o ajudou.

Com o sétimo lugar de Massa e o abandono de Bottas, o brasileiro conseguiu aproximar-se do companheiro de equipe. Agora, a distância entre os dois na tabela do mundial é de sete pontos, com 24 pontos para Massa e 31 para Bottas.

A próxima corrida é no Canadá, em oito de junho.

E, para fechar, os dois pilotos da Sauber se ferraram com capacetes pintados por Romero Brito. Ambos abandonaram.

Vou ali para a segunda etapa do dia, a Indy 500 que a Band transmite ao vivo a partir das 12h.

Os capacetes do domingo

(Da sucursal em Brasília-DF) - É uma tradição dos pilotos irem para o GP de Mônaco e para as 500 Milhas de Indianápolis com pinturas especiais nos capacetes.

Para facilitar a identificação da galera em pista, preparei um guia rápido com as pinturas para as 500 Milhas e o GP de Mônaco de hoje.

Nas 500 Milhas, Simon Pagenaud usará as cores do capacete de Ayrton Senna em uma homenagem
no ano em que a morte de Senna completa 20 anos.

Na Formula 1, Valtteri Bottas, companheiro de Massa na Williams, faz homenagem ao Principado...
... assim como Sergio Perez.

O sueco Marcus Ericsson, da Caterham, faz homenagem a seu compatriota Ronnie Perterson,
que venceu em Mônaco em 1974.

Sebastian Vettel vai para a pista com este casco, que imita uma armadura medieval.
Daniel Ricciardo presta homenagem ao piloto Jack Brabham,
tricampeão mundial de F1, que morreu na última segunda-feira.
E os pilotos da Sauber Esteban Gutierrez e ...
... Adrian Sutil vão usar pinturas de Romero Brito.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Agenda do fim de semana

Sem dúvidas, este sempre é o fim de semana mais bacana do ano. Toda temporada é assim: 500 Milhas de Indianápolis e GP de Mônaco de F1 dividindo o mesmo domingo.

Mas, neste fim de semana especial tem muitas outras categorias correndo. Gele bem a cerveja e acompanhe todas as corridas do fim de semana com o calendário do Punta Tacco no S!

Todos os horários estão no fuso brasileiro!

GP de Mônaco de 1929. A prova é mais antiga que a F1.
Formula 1
Grande Prêmio de Mônaco - Circuito de Rua de Monte Carlo - Mônaco

Treino livre 3 - sábado (24/5), 6h, ao vivo no SporTv
Treino Classificatório - sábado (24/5), 9h, ao vivo pela Globo
Corrida - domingo (25/5/), 9h, também ao vivo na Globo



Formula Indy
500 Milhas de Indianápolis - Indianapolis Motor Speedway - Indianapolis/Indiana - EUA
A primeira 500 Milhas de Indianápolis aconteceu em 1911.

Corrida - domingo (25/5), 12h, ao vivo pela Band

GP2
Grande Prêmio de Mônaco - Circuito de Rua de Monte Carlo - Mônaco

Corrida 2 - sábado (24/5), 11h10, com transmissão ao vivo pelo SporTv

WTCC
Corrida da Áustria - Autódromo de Salzburgring - Salzburg - Áustria

Corrida 1 - domingo (25/5), 5h
Corrida 2 - domingo (25/5), 8h45

Blancpain GT Series - Endurance Series
Corrida de Silverstone - Inglaterra

Corrida - domingo (25/5), 10h55 hs

Nascar Sprint Cup Series
Coca-Cola 600 Charlotte Motor Speedway - Charlotte/Carolina do Norte

Corrida - domingo (25/5), 18h55, ao vivo no FoxSports 2

Nascar Nationwide Series
History 300 - Charlotte Motor Speedway - Charlotte/Carolina do Norte.

Corrida -sábado (24/5), 15h45, ao vivo no FoxSports

Mundial de Superbike
Etapa da Inglaterra - Circuito de Donington Park - Leicestershire - Inglaterra

Corrida 1 - domingo (25/5), 8h
Corrida 1 - domingo (25/5), 11h - ambas provas transmitidas pela ESPN+

Campeonato de Kart dos Amigos
Quarta Etapa - Carrera Kart - Parque da Cidade - Brasília - Brasil

Corrida - domingo (25/5), 18h - transmissão da CNN, CBN, CBS, BBC, FoxSports, SporTv, Whatsapp e mais outros 4 meios de comunicação a sua escolha.

*colaborou Leonardo Simões

A babaquice anti-Barrichello

Erguido por Coulthard e Hakkinen e
humilhado pelos brasileiros
(Da sucursal em Brasília-DF) - Ouvi na CBN na manhã de hoje o programa Hora de Expediente, apresentado pelo ator Dan Stulbach, o economista Luiz Gustavo Medina e o escritor José Godoy.

Gosto bastante do programa noturno de sexta-feira que esses três fazem, o Fim de Expediente, o que não quer dizer que ache tudo o que eles dizem bacana ou engraçado.

O tema do programinha de 7 minutos da manhã de hoje foi puxado por Dan Stulbach, que trouxe a piada bobinha de Rubens Barrichello x tartarugas.

Segundo Stulbach, hoje é Dia Mundial da Tartaruga e aniversário de Rubens Barrichello. E, para entrar no certame das piadas batidas e sem muito argumento, o ator conectou os dois eventos e os três apresentadores fartaram-se na lida de malhar ao Rubens.

Mas, fora do senso comum e atendo-se aos números, Rubens merece ser comparado a tal da tartaruga?

- 326 corridas, 19 temporadas - alguém lento ou ruim largaria tantas vezes em um esporte seletivo e extremamente exigente como é a Formula 1? É importante também considerar que, apesar dos anos ruins em uma Honda e Williams decadentes, Barrichello nunca correu em times inexpressivos.

- 11 vitórias - Barrichello venceu três corridas a menos que Emerson Fittipaldi na F1, que ganhou 14 provas. Venceu mais vezes que mitos mundiais como René Arnoux, Jacky Ickx e Jochen Rindt. Com 11 vitórias, Rubens empata com o campeão mundial de 1996, Jacque Villeneuve. Está longe, sem hipocrisia, dos grandes campeões como Prost e Senna, com 51 e 41 vitórias respectivamente, mas merece respeito;

- 68 pódios - Esteve entre os 3 primeiros por 68 vezes em 326 corridas. A média é de um pódio a cada 4,7 corridas. Senna e Schumacher foram ao pódio a cada 2 corridas. Um foi tri e o outro heptacampeão mundial. É o sexto piloto a mais subir ao pódio na história da F1;

- 658 pontos - Não quer dizer muita coisa, uma vez que a lógica da pontuação mudou diversas vezes nos últimos anos, mas em 140 corridas, Barrichello marcou pontos. É o terceiro piloto da história a terminar mais provas na zona de pontuação, atrás apenas de Alonso e Schumacher;

- 14 poles positions - Largaram também 14 vezes na frente Ronnie Peterson, Alberto Ascari e James Hunt. Jenson Button, campeão mundial em 2009 pela Brawn largou 8 vezes em 1º;

- 17 voltas mais rápidas - Senna fez 19 voltas mais rápidas, Piquet somou 23. Lewis Hamilton e Jenson Button, ambos campeões mundias atuais, fizeram 14 e oito voltas rápidas, respectivamente.

Qualquer análise fria destes números coloca Rubens Barrichello em um patamar diferenciado em qualquer discussão sobre qualidade ou competitividade de pilotos na Formula 1. Por isso, é, até hoje, respeitado na Formula 1 por jornalistas esportivos mundo afora e sustenta fã clubes em vários países, mesmo depois da saída dele da F1.

E qual motivo leva Barrichello a ser tão desrespeitado no Brasil?

A falta de informação, de um povo que compra histórias sem questioná-las.

Sempre que entro em debates sobre Barrichello, os argumentos daqueles que o ridicularizam são os mesmos, construídos por programas de humor como o Casseta e Planeta, que adorava sacanear o piloto.É o mesmo mal que engole a geração atual, com pouco conhecimento e excesso de opinião.

Outro motivo recai nas escolhas de Rubens, que teve a oportunidade de fechar com a McLaren em 2002, mas que preferiu assinar com a Ferrari.

Por lá, teve como companheiro Michael Schumacher, piloto que está em um nível de raro, de sujeitos que
surgem de tempos em tempos e que tinha a equipe Ferrari toda para si.

A Ferrari construía o carro para o alemão na parceria mais vitoriosa da história da F1.

Barrichello, dividindo espaço com Michael, estava atado e sem opções, a não ser cumprir seu papel de escudeiro.

Podem até acusar Barrichello de ter aceitado a condição de segundo piloto, mas com o quadro da F1 da época, ele não seria campeão em equipe alguma. Schumacher tinha a Ferrari nas mãos e dominou os mundiais de 2000 a 2004, sendo campeão consecutivo.

Em 2010, na Hungria, Schumacher jogou sujo contra
Rubens, apertando o brasileiro contra o muro:
carros iguais, resultados diferentes?
De aí até 2011 Barrichello já não teve mais um carro vencedor nas mãos, a não ser em 2009 quando perdeu sua única chance de ser campeão mundial pela Brawn, quando seu companheiro de equipe, Jenson Button, encontrou o melhor acerto do carro antes de Rubens e garantiu-se vitorioso daquela temporada.

Rubens é um piloto normal, com vitórias e erros. Galgou espaço na F1 e se sustentou ali por quase 20 anos e por isso merece respeito. Não tem perfil de campeão, não teve a gana, a garra de um campeão, mas fez sua parte no esporte de elite mais seletivo do mundo.

Se existe alguém que talvez possa chamar Rubens de tartaruga, esse sujeito é Michael Schumacher. Porém, apesar das brincadeiras e alfinetadas trocadas entre os dois, Michael sempre respeitou o colega. Em 2006, quando o inteligentíssimo programa Pânico na TV entregou em uma entrevista coletiva uma tartaruga de brinquedo a Schumacher, incitando uma comparação do bicho com Barrichello, Schumacher brincou e disse:

"A verdade é que o Rubens sempre foi um bom companheiro para mim e, no final das contas, nos demos bem".

Schumacher sabe que deve a Rubens grande parte de seus títulos. E se o maior campeão da história da F1 respeita Barrichello, não sou quem vou fazer o contrário.

Para fechar o post, um vídeo da primeira vitória de Rubens Barrichello na F1, em Hockenhein, no ano 2000.

Naquele dia Rubens largou em 18º.

E venceu.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Mônaco 1982 - O fim de prova mais bizarro da história da F1

Coluna nova lá no Drive Brazil. Nesta, trato da confusão que foi a chegada do Grande Prêmio de Mônaco
de 1982, que teve 5 líderes nas duas voltas finais.

"Patrese, com a festa quase garantida, dá uma bela bobeira. Erra na saída da curva Mirabeau e roda no Grande Hotel, ficando ao contrário para o fluxo. Assiste a Ferrari de Didier Pironi cruzar elegantemente à sua frente, sem poder fazer nada, sendo obrigado a esperar até que o fluxo de carros cesse para retornar à pista.

Mas, a alegria de Pironi durou alguns metros. No túnel a Ferrari do francês ficou sem combustível e parou.

Naquele momento, ninguém mais sabia quem era o líder da bagaça."

A história completa você lê clicando aqui, com o vídeo da chegada narrada por Murray Walker.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Custa muito organizar essa zona? (2)

(Da sucursal em Brasília-DF) - Fecharam o cruzamento onde morreram mãe e filha em Águas Claras, no dia das mães, vítimas da irresponsabilidade de um alcoolizado ao volante.

Algumas análises depois do acidente  mostraram que o motorista do Honda Fit, onde estavam mãe e filha, cruzou a via erroneamente e assim foi atingido pelo carro do bêbado.

O problema é que naquele local existe um  festival de pontos cegos. O cruzamento fica no topo de um aclive e após o viaduto dos trilhos do metrô. Este conjunto atrapalha muito a visão de quem tenta atravessar a estrada.

Uma pequena desatenção, associada a um carro em velocidade totalmente desproporcional a permitida naquele ponto, foram os ingredientes para a tragédia.

Com a alteração no fluxo, quem precisa cruzar a via naquele trecho do Park Way, precisa dirigir alguns metros para retornar, ou ir até o balão de acesso a Águas Claras para fazer a volta.

E por que não fizeram isto antes?

Porque é necessário manter-se a lógica reativa da gestão pública brasileira. Os gestores só tomam atitudes quando tragédias acontecem.

Da mesma forma, estes gestores de trânsito no DF esperaram que inúmeros acidentes graves acontecessem para alterar o antigo retorno que cruzava a BR-040, vindo da DF-001. Aquilo era uma roleta russa, que me deixava de coração na goela sempre que era obrigado a passar por lá.

E, para fechar o post, mais uma atitude super bacana dos gestores de tráfego no DF: ontem fecharam avenida Elmo Serejo, que liga Taguatinga a Ceilândia e a Samambaia, por culpa das infinitas obras de recuperação da erosão que comeu meia pista em novembro do ano passado.

Sim, do ANO PASSADO. Para dar uma ideia de como as coisas no Brasil andam a passo de tartaruga, no Japão, um ano depois de um tsunami destruir cidades inteiras, grande parte da infraestrutura estava recuperada, como ilustram estas imagens aqui.

Continuando, fechar a avenida não é problema. É necessidade, na verdade, para que a obra ande um pouco mais rápido. E o dia escolhido foi de fato o melhor, um domingo, que tem fluxo muito menor de carro nas vias.

O problema no caso foi a falta de sinalização com avisos do fechamento de forma ostensiva, clara e com distância suficiente para evitar que motoristas caíssem no ponto onde os cones travavam a passagem.

Era simples: faixas, placas, luminosos ou qualquer artefato sinalizador com dizeres do tipo:

Motorista, a avenida Elmo Serejo está fechada em ambos os sentidos no trecho entre a Samdu e o viaduto da QNL. Utilize vias alternativas para acesso a Samambaia e a Ceilândia.

Pronto! Com uma faixa destas estampada na EPTG, eu não faria a burice de dirigir até o local onde a pista estava fechada para ali tomar uma decisão. Pela desinformação, perdi meia hora do meu precioso domingo por culpa de um engarrafamento desnecessário.

sábado, 17 de maio de 2014

Grande Prêmio da Alemanha de 1973

Cartaz do GP da Alemanha de 1973
(Da sucursal em Samambaia - DF) - Tem três circuitos no mundo que já prometi para mim mesmo que vou conhecer e, se tudo der certo, vou tentar dar uma voltinha neles:

Indianápolis, templo do automobilismo norte-americano e casa das 500 Milhas; o circuito de Monza, na Itália; e Nürburing, na Alemanha, que além de receber uma etapa do mundial de F1, tem seu anel norte, o Nordschleife, usado nos dias de hoje para track days abertos ao público em geral.

E é no Nordschleife que acontece a corrida deste vídeo. Uma maravilha que achei no YouTube e que já baixei para o meu computador antes de a FIA bloquear a exibição.

Trata-se do vídeo completo do GP da Alemanha de 1973, vencido por Jack Stewart.

Pace foi 4º pilotando a Surtees nº24
Vale a pena assistir a todo o vídeo. São lindas imagens de uma Formula 1 que já morreu. Para começar, a pista tinha mais de 22 quilômetros de extensão, que tornava o trabalho das equipes, a visibilidade dos torcedores e a cobertura pela imprensa das 14 voltas do GP complicadíssimas.

A melhor volta da prova foi do brasileiro José Carlos Pace, com 7:11.08. Sim, a volta de Moco foi de SETE minutos, que terminou a corrida em 4º, seguido pelos irmãos Wilson e Emerson Fittipaldi, em 5º e em 6º lugares, respectivamente.


sexta-feira, 16 de maio de 2014

Agenda do fim de semana

A Truck corre em Interlagos, com transmissão ao vivo pela Band no domingo. Também tem Nascar, DTM, Moto GP e V8 Supercars, para a nossa alegria!

Leandro Totti, no VW 73, é líder na Truck.
Foto: FormulaTruck
Fórmula Truck 

Etapa de São Paulo - Autódromo José Carlos Pace - Interlagos

Corrida - domingo (18/5), 14h, ao vivo pela Band

Moto GP

Grande Prêmio da França - Circuito Le Mans Bugatti Grand Prix - Le Mans.

Classificação - sábado (17/5), 9h10
Corrida - domingo (18/5), 9h

*Corrida Moto 2 - domingo (18/5), 7h20
*Corrida Moto 3 - domingo (18/5), 6h

A bela BMW M4 que alinha no grid do DTM
DTM - Campeonato Alemão de Turismo

Motorsport Arena Oschersleben.

Corrida - domingo, (18/05), 8:30h, com transmissão pelo Bandsports

Nascar Sprint Cup Series

Nascar Sprint All-Star Race - Charlotte Motor Speedway - Charlotte/Carolina do Norte

Corrida -sábado (17/5), 20h40 - Fox Sports 2 transmite

Nascar Nationwide Series

Get to Know Newton 250 - Iowa Speedway - Newton/Iowa.

Corrida - domingo (18/5), 15h - Fox Sports 2 transmite

Nascar Camping World Truck Series

North Carolina Education Lottery 200 - Charlotte Motor Speedway - Charlotte/Carolina do Norte.

Corrida - sexta-feira (16/5), 21h40 - Fox Sports 2 transmite

V8 Supercars

Etapa de Perth - Perth 400

Corrida - sábado (17/5), 22h50

*colaborou Leonardo Simões.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Continua uma merda

A trombeta da Mercedes. Foto: Autosport.com
(Da sucursal em Brasília - DF) - De todas as mudanças nos carros da Formula 1 neste ano, a que mais chocou a todos foi a do som dos motores.

A mudança foi realmente forte, do encorpado barulho dos V8 que equipavam os carros até o ano passado para o estranho grunhido dos V6 turbo que empurram os F1 agora. Neste post aqui, coloquei um vídeo que mostra claramente essa diferença.

Para tentar melhorar o som dos carros, a FIA e as equipes estão testando gambiarras adaptações técnicas que aliviem o problema.

Hoje, no circuito da Catalunha, na Espanha, a Mercedes colocou uma trombeta presa à saída do escapamento. O resultado, uma buesta.

Apenas amplificaram o que já estava ruim, como você pode verificar no vídeo abaixo.

E não me venham com aquele papo babaca de que quem gosta de corridas de carros não se importa com o som que o motor faz. Eu me importo sim e esse ronquinho está uma merda.


terça-feira, 13 de maio de 2014

1 ano

Faz agora exatamente um ano.

Em 13 de maio de 2013, quando o relógio do centro cirúrgico marcou 23h15, eu fotografei a imagem que ilustra este post.

Tentei manter-me firme para não perder esta que é, sem sombra de dúvidas, a fotografia mais importante que tive a oportunidade de clicar.

Naquela noite, minha vida mudou. Passei a temer a morte, passei a frear mais e a acelerar menos.

Sou mais centrado, mais maduro.
Há exatamente um ano eu segurava o choro,
firmava as penas e fazia esta foto.

Sim, filho, vou ter dar parabéns pelo seu primeiro ano de vida, mas também agradecer a você por todas as mudanças que você trouxe para a minha vida.

Também peço a Deus te abençoe, te dê saúde, e que cuide de você. E que Ele cuide mim também, que me dê o melhor rumo para te criar, para fazer de você um grande homem, um sujeito honesto, correto e, em um mundo tão estranho, uma pessoa de coração bom.

Te amo, Theo. Feliz aniversário.

Brasília, cidade do automobilismo

Arquibancadas lotadas no autódromo de Brasília
para a Stock Car. Foto Duda Bairros/Vicar
(Da sucursal em Brasília - DF) – Tive a ideia deste post faz mais de 15 dias, porém não imaginei que seria tão difícil conseguir os números que precisava.

Finalmente ontem, a Patrícia Casagrande, assessora de imprensa da PPres, que trabalha com a equipe Eurofarma na Stock Car, me deu uma enorme ajuda e conseguiu os dados que eu tanto queria.

E números não mentem: Brasília não é a cidade do futebol, mas sim do automobilismo.

Em dois fins-de-semana tivemos por aqui corridas de interesse nacional. Uma foi a Stock Car, a outra o Brasileiro de Marcas.

Na Stock, 28 mil pessoas foram ao autódromo. No Brasileiro de Marcas, 18 mil. Tudo isso em um espaço precário, que não oferece conforto algum aos que circulam por ali, sejam equipes, pilotos ou público.

Em uma simples comparação, vamos aos jogos de futebol que aconteceram aqui em Brasília nos fins-de-semana das corridas:

Dias 26 e 27 de abril, fim-de-semana da etapa de Brasília da Stock Car
Jogos de ida das semifinais do campeonato Candango de futebol

Brasília x Brasiliense
Estádio Serejão, em Taguatinga
Público: 140 pagantes

Sobradinho x Luziânia
Estádio Augustinho Lima, em Sobradinho
Público: 4.344 pagantes

Dias 4 e 5 de maio, fim-de-semana da etapa de Brasília do Brasileiro de Marcas
Jogos de volta das semifinais do campeonato Candango de futebol

Luziânia x Sobradinho
Estádio Serra do Lago, em Luziânia
Público: 1.128 pagantes

Brasiliense x Brasília
Estádio Serejão, em Taguatinga
Público: 1.264 pagantes

Os números são estes mesmo. Apesar de tanta atenção ao futebol, com investimentos e grande espaço de mídia, ao somar o público dos quatro jogos das semifinais do campeonato Candango o resultado é de 6.876 pagantes nos estádios.

É quase apenas um terço do público que foi ao autódromo assistir ao Brasileiro de Marcas e é quatro vezes menos pessoas ao comparar com o número de torcedores que lotou o autódromo no domingo da Stock Car.

Mané Garrincha vazio para
Flamengo x Goiás. Foto: Joel Rodrigues/Folhapress
Mas, podem argumentar que a Stock Car é um evento nacional, atraindo naturalmente maior número de pessoas que um campeonato local.

Para quebrar esta lógica, o Flamengo estreou aqui em Brasília pelo Campeonato Brasileiro contra o Goiás.

Foram colocados à venda 48.877, porém apenas 19.012 torcedores compareceram ao estádio.
Em 3 de maio, Atlético Paranaense e Cruzeiro jogaram no Mané Garrincha, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Segundo o Boletim Financeiro da CBF, foram vendidos 11.877 ingressos.


Quero deixar claro que não tenho nada contra o futebol. Apenas acho que se investe muito em um esporte em detrimento a outros que têm capacidade de atração de público e renda iguais ou até maiores que os do futebol.

É um paradigma que precisa ser quebrado.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Espanha - Massa mal e Mercedes ainda mais forte

As belas Mercedes em um já comum 1-2 no pódio
(Da sucursal em Brasília-DF) - No meu post pré-GP da Espanha, avisei sobre as mudanças que a temporada europeia poderia trazer.

Poderia.

Porém, mais uma vez, ontem foi dia de Mercedes em Barcelona.

O alemães foram absolutos. Largaram em primeiro com Hamilton e em segundo com Rosberg e repetiram o resultado no pódio.

Cinco corridas, cinco vitórias da Mercedes.

Um quadro assim fica complicado de se reverter. Nem as mudanças de motor e chassi da Red Bull conseguiram colocar a equipe das latinhas de energético em condições de brigar contra os carros prateados de estrela no bico.

Hamilton: cinco corridas, quatro vitórias e
a liderança do mundial
E, dentro da Mercedes, Hamilton conseguiu se recuperar após o abandono na estréia do campeonato, na Austrália. Venceu todas as últimas quatro corridas e ontem finalmente superou Nico Rosberg na liderança do mundial de pilotos.

Os dois vão brigar muito entre si até o fim do mundial para decidirem quem será o campeão. As coisas agora tendem para Hamilton, que está em um momento inspirado. Mais maduro e prudente, talvez seja o ano dele, mesmo.

E o resto da corrida?

Foi mais uma prova bacana, muitas trocas de posições e brigas interessantes, como as de Alonso e Räikkönen e a de Vettel e Alonso.

Supresas para uma Lotus que parece esboçar recuperação, fechando em 8º com Grosjean e para um resultado pífio da McLaren, com Button e Magnussen cruzando a linha de chegada em 11º e 12º, respectivamente. Parece que os ingleses da McLaren já estão com a cabeça em 2015, esperando a chegada dos motores Honda.

E Massa?

Azar, erros e falta de combatividade.
Foto: Williams Martini Racing
Fez má classificação, admitiu o erro e largou em 9º. O problema é que admitir que errou não reverteu a consequência do erro. Por isso, assistiu de longe o companheiro dele de equipe, Valtteri Bottas, largar em 4º, atrás somente das Mercedes e da Red Bull de Daniel Ricciardo.

Massa fez uma corrida chata, xoxa, sem graça, sem vontade, sem atacar, sem se defender.

Quase um passeio de luxo no parque.

Terminou em 13º, sem marcar pontos. Com este resultado broxante, Massa chegou pela segunda vez consecutiva atrás de Bottas ao fim da prova e vê o finlandês abrindo vantagem na soma de pontos no campeonato. Bottas é 7º colocado na classificação, com 34 pontos. Massa tem apenas 12 pontos e amarga a 12ª posição.

Anda faltando a Massa sorte. Mas também combatividade e inspiração.

Felipe Nasr, P1

Nasr venceu na Espanha, pela GP2. Abra teu olho, Massa.
(Da sucursal em Brasília - DF) - Depois de 50 largadas na GP2, o brasiliense Felipe Nasr venceu pela primeira vez na categoria de acesso à Formula 1.

Nasr ganhou a segunda bateria do fim de semana na Espanha. Fez uma largada insana, pulou do sexto para o segundo lugar logo de cara.

Na sequência, voou no pescoço do pole-position, Tom Dillman e, na curva 5, assumiu a ponta. 

Já em primeiro, correu tranquilo para a vitória, com o líder do campeonato, Jolyon Palmer em segundo, 7s6 atrás.

E a vitória vem para Nasr em um momento especial. Nunca ter vencido na GP2 era um fardo que o piloto carregava. Imagino que sem essa pressão, Nasr tenha de agora para frente mais tranquilidade para fazer um campeonato consistente e garantir uma vaga na Formula 1, uma vez que...

...Nasr é piloto reserva na Williams. Nasr é companheiro de Massa na Williams. Massa anda mal das pernas na Williams. 

Quem sabe não aconteça uma troca de Felipes na Williams em 2015?

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Coisas de Brasília

"Aproveitamos o almoço, te pego no trabalho, resolvemos uns problemas em Taguatinga, deixamos o bebê em Samambaia, você me dá uma carona até o trabalho e volta para o SIA."

Esta frase de minha mulher significou 93 km rodados.


Felipe Nasr na pista hoje, na Espanha

Felipe Nasr nos boxes em Barcelona.
Foto: Williams
(Da sucursal em Brasília-DF) - O brasiliense Felipe Nasr andou na manhã de hoje, na primeira sessão de treinos livres para o GP da Espanha.

Nasr é piloto reserva na Williams e tem, por contrato, o direito de pilotar o carro de Valtteri Bottas em cinco sessões de treinos durante toda a temporada.

No treino de hoje, Nasr deu 15 voltas e fez a melhor volta em 1:29.272. Na mesma sessão, Massa, girou em 1:28.791. Bottas, que pegou de volta o carro para o segundo treino, fez a melhor volta dele em 1:29.105.

Comparando os tempos, mesmo sem saber qual era o programa de treinos estabelecido pela Williams para hoje, Nasr fez voltas em tempos muito próximos aos dos titulares. Bom sinal, especialmente para um piloto que tem contatos esporádicos com o carro em pista.

E para deixar a coisa ainda mais bacana, um passarinho me contou que Felipe Nasr rodaria com o carro de tanque cheio e com pneus duros, para evitar que ele superasse os tempos dos colegas.

Se essa informação for real, Nasr está trilhando um ótimo caminho na Williams.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

De volta à Europa

(Da sucursal em Brasília-DF) – No domingo começa a temporada europeia da Formula 1, depois de uma sessão de quatro provas no oriente.

A volta das corridas ao continente europeu trará duas grandes mudanças, com efeito já no GP da Espanha de domingo:

-  melhoria da minha qualidade de vida. As largadas voltam a ser às 9h da manhã e eu deixo de ser obrigado a acordar no meio da madrugada de domingo para não ter de ver a corrida no compacto do Esporte Espetacular;

- a logística da F1 se acerta. Como as equipes não precisam mais se deslocar para o outro lado do planeta, engenheiros e designers passam a ter mais tempo para desenvolver os carros. É no começo das provas na Europa que o campeonato acirra a disputa, com equipes aperfeiçoando os carros com mais eficiência e em menos tempo.

Especula-se, por exemplo, que o novo chassi que a Red Bull usará na Espanha é fantástico, sensacional e fodástico.

Porém, de tudo o que pode mudar a partir de domingo, a evolução que mais tem poder de mexer no campeonato vem da Renault, que fornece motores para a equipe das latinhas de energético e para outros três times que alinham no grid.

A fábrica francesa fez alterações nas unidades de força que fornece e, para alegria dos pilotos, parece ter resolvido os problemas que estavam complicando os resultados dos clientes na F1.

O motivo das mudanças na Renault são facilmente compreendidos com a leitura dos números de até agora na temporada, com a comparação dos resultados somados de todas as fornecedoras de motores.

A Renault, que com seus motores faturou seis dos últimos dez campeonatos mundiais, precisa realmente evoluir. Em um cálculo de média de pontos por número de carros, a Ferrari, que fornece unidades de força a menos equipes que a Renault no grid, atinge 8,67 pontos por carro, contra 8,13 pontos dos franceses.

Ou a Renault reage agora, ou pode desistir do mundial de 2014.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Mobilidade urbana

(Da sucursal em Brasília - DF) - Perto da minha casa existem duas estações do metrô. Uma a quatro e a
outra a cinco quilômetro de distância do meu prédio.

Para chegar até as estações, posso pegar uma carona. Ou ir à pé.

À pé eu levaria muito tempo. De carro, eu precisaria enfrentar o trânsito da avenida engarrafada que já faz infernal a minha manhã, trinta segundos depois de sair do condomínio.

A solução mais inteligente e econômica? Tirar a bicicleta de casa e pedalar até o metrô.

O porém é ser obrigado a dividir o trânsito com alguns motoristas que ou são incompetentes ao volante ou que tentam compensar o diminuto pênis com agressividade ao volante.

Sei que é uma ideia quase utópica para a realidade do transporte urbano brasileiro, mas a solução dada pelo designer e planejador urbano Nick Falbo apresentada no vídeo abaixo é sensacional.

Falbo desenhou cruzamentos protegidos, que mantêm o fluxo e garantem ciclistas à salvo dos motoristas mais lerdos ou filhos da puta, mesmo. 

O projeto de Nick Falbo está inscrito em um prêmio da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, que tem como tema pensar novas formas de solucionar os problemas no transporte.

O site do projeto de Falbo é www.protectedintersection.com.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Sangue frio ou reflexo involuntário?

(Da sucursal em Brasília-DF) - Com o aniversário da morte de Ayrton Senna, acabei assistindo a vários vídeos do fim de semana do GP de San Marino de 1994.

Revendo o acidente de Rubens Barrichello, que ficou gravemente ferido nos treinos livres de sexta-feira, fiquei impressionado com um momento durante o desenrolar da batida: respondendo a um reflexo, Barrichello solta o volante e ergue as mãos, protegendo a viseira e ao capacete.

Normalmente pilotos soltam o volante quando estão em condição iminente de chocar-se contra algo. A atitude previne fraturas nos braços, que recebem diretamente a força do impacto transmitido pela coluna de direção e, finalmente, ao volante.


Para os que não se recordam, o vídeo do acidente:

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Senna, 20 anos sem meu herói da infância

Eu não era um garoto que dava trela para super-heróis.

Nunca tive bonecos, nunca gostei do Hulk, do Homem-Aranha, do super capitão de cueca fora das calças.

Minha onda sempre foram os carros, as corridas.

E, aos nove anos, eu já cumpria o ritual dos fins de semana de Formula 1: assistia aos treinos nos sábados e as corridas, nos domingos. Verdade que não conseguia ver todas as provas. Minha mãe levava o meu irmão e a mim à igreja aos domingos, mas eu conseguia pegar ao menos os primeiros 30, 40 minutos das corridas e, quando reencontrava meu pai, ao entrar no carro para voltar para casa, a primeira coisa que eu perguntava era quem tinha ganhado.

Mas aquele fim de semana foi diferente.


No sábado, 30 de abril de 1994, eu estava na sala assistindo ao treino classificatório para o GP de San Marino. Naquela época a fórmula dos treinos era diferente. Os boxes eram abertos por uma hora e, durante aquele período de tempo, todos os carros iam para a pista lutar pelos melhores tempos.


No meio do treino, pulei no sofá quando percebi o tamanho da pancada de Roland Ratzenberger, piloto
austríaco da Simtek. A cena que me vem à mente até hoje daquele acidente é de parte do corpo de Ratzenberger para fora do carro e do sangue sobre a viseira do capacete.

Fiquei chocado, meu coração parou na goela. Apesar de ainda criança, eu já tinha noção da gravidade daquele acidente. Para reforçar meu susto, eu ainda estava com as cenas na cabeça de outro acidente, o de Rubens Barrichello no dia anterior. A batida tinha sido muito forte, ao ponto de quando viraram o carro de Barrichello, a cabeça do brasileiro ricochetear sem reação, denunciando que Rubinho estava desacordado.

Ver Ratzenberger daquele jeito foi apavorante, especialmente para uma criança de nove anos.

Lembro-me de pouca coisa depois do acidente do austríaco, mas me recordo das cenas de Ayrton Senna transtornado, já ciente da morte de Ratzenberger. O acidente havia sido claramente violento demais e o piloto não suportara. 

Hoje digo sem medo de errar que Roland morreu na pista.

No domingo,1º de maio, sei lá o porquê não fui à igreja. Recordo-me de meu pai e eu na sala, assistindo a corrida. Juro que não lembro-me de meu irmão ali. Léo, você estava conosco?

De qualquer forma, o clima da corrida era estranho.

Senna no grid em Ímola. Foto: The Cahier Archive
Estava evidente a tensão, os pilotos no grid tinham expressão carregada. O acidente grave de Barrichello e a morte de Ratzenberger deixava no ar uma sensação de que aquela corrida não tinha que acontecer.

Galvão Bueno chegou a repetir várias vezes antes da largada que tudo o que todos queriam era que aquela corrida acabasse bem. Frases que não faziam muito sentido para um evento esportivo, para a festa que eu estava acostumado a ver nas pistas.

Já na largada, as coisas não correram bem. J.J. Letho teve problemas em sua Benetton e não conseguiu partir. Vindo do fundo do grid, o português Pedro Lamy não teve como desviar e bateu forte na Benetton parada. Um pneu do carro de Lamy voou em direção à arquibancada e feriu a nove torcedores.

Safety-car na pista.

Lembro-me da troca de câmeras durante as voltas do carro de segurança, que quando pulavam para o carro de Schumacher, mostravam a traseira do carro do líder, Ayrton Senna.

Na relargada, Galvão tinha a voz pesada, ainda.

Até escrever sobre esse momento é algo que me arrepia. Naquele ano eu tinha passado recentemente pela minha primeira experiência de perder alguém que admirava. Meu avô paterno, Joaquim, havia morrido fazia pouco tempo, em janeiro. Era recente na memória, que é viva até hoje, a cena de meu pai atendendo ao telefone em uma tarde de domingo. Aquele telefonema trazia a notícia da morte de meu avô.

Na relargada, Senna manteve-se à frente de Schumacher. Quando o brasileiro fez a tomada para a curva Tamburello, a TV exibia as imagens de dentro do carro do alemão. Naquela tomada, foi fácil identificar a linha reta que a Williams nº 2 tomou, fugindo da tangência da curva em direção ao muro.

"Senna bateu forte", disse um assustado Galvão Bueno.

De pé, no meio da sala, assistia àquela cena inacreditável. A Williams girava na pista, peças voavam. O carro parou e a cabeça de Senna pendeu para a direita. Eu fiquei em choque e senti um certo alívio quando Ayrton moveu-se levemente no cockpit.

Alívio que não se inflava. Não enxergava em Senna reações que estava acostumado a ver em outros acidentes. Ele não bateu no cinto, não sacou o volante, não pulou do carro. Ficou inerte, assim como Barrichello e Ratzenberger. Meu desespero com aquela situação era tão grande que fui parar no banheiro. O intestino desandou de tensão.

Ao voltar para a sala, os médicos atendiam a Senna sobre a brita da área de escape. Dava para ver o sangue tingindo as pedras, apesar das tentativas inócuas do helicóptero da geração de imagens de evitar captar cenas chocantes.

Alguns minutos depois, Senna foi colocado em um helicóptero, em uma maca.

As imagens acompanharam a aeronave até ela sumir no horizonte.

Passou-se algum tempo e a corrida foi reiniciada. De tempos em tempos, boletins com informações vagas me davam algum esperança de que Senna sobreviveria.

Fim de prova. No pódio Schumacher, Nicola Larini e Mika Häkkinen recebiam os troféus e comemoravam.

Aquela celebração dos vencedores acendeu em mim certa esperança. Pilotos não comemorariam se soubessem o estado de Senna no hospital.

Hoje, acho que eles realmente não sabiam.

Apesar do fim da transmissão, fiquei na sala. Nunca mais me esqueci do hospital Maggiore e da cidade de Bolonha, para onde Ayrton Senna foi levado depois do acidente.

Perto das 14h, Léo Batista apareceu na tela pequena da Toshiba de madeira e deu a notícia que eu não queria ouvir. Por telefone, Roberto Cabrini confirmava a informação de que meu herói tinha morrido.

Chorei.

O resto do dia foi uma merda.

Já à noite, quando o Fantástico terminou com as imagens da carreira de Ayrton com o tema da vitória de fundo, eu chorei mais uma vez.

Estava no sofá da sala, com minha mãe ao lado, que me fazia um carinho, tentava me acalmar. Mas sei lá, acho que naquela hora todos ali choravam.

O meu herói e o herói de um País todo tinha morrido.

Injusto demais. Fiquei sem chão, porque apesar de não entender muito de super-heróis, tinha certeza de que eles nunca morriam.

Ayrton Senna guiando pela McLaren. Foto: Getty Images
Este texto também é minha coluna da semana no Drive Brazil. Mas, como o dia de hoje é especial, publiquei ela hoje mesmo, aqui no Punta.

Um Belcar em Samambaia

Esse eu vi ontem pela manhã, perto de casa, em Samambaia. O lindo DKW-Vemag Belcar estava estacionado na porta de um comércio, com a escr...